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Cultura

Família Marques Figueira exalta importância do Casarão da Memória no resgate histórico

Antigo imóvel construído por Antônio Marques Figueira se tornou um equipamento voltado à preservação, que será aberto ao público após a pandemia

19 julho 2021 - 11h22Por de Suzano

A família de um dos mais importantes personagens da fundação de Suzano fez uma visita à antiga residência de Antônio Marques Figueira, que hoje abriga o Casarão da Memória, equipamento público voltado à preservação histórica e cultural da cidade. Em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o local segue fechado ao público.

Estiveram presentes as netas dele, Zulmira Campolino Marques, Marilena Marques Figueira e Sônia Maria Marques, a bisneta Dorinda e os trinetos Priscila e Wiverson. Em um dia marcante, os parentes relembraram histórias de família e do próprio município, emocionando a todos, especialmente Zulmira.

Conhecendo o espaço que foi reformado recentemente, Wiverson destacou o sentimento de alegria de estar em uma edificação carregada de significados e importância. "É uma satisfação enorme para nós termos esse reconhecimento, que ao mesmo tempo se confunde com a história da cidade. Apesar de Suzano ser relativamente nova, é um prazer muito grande saber que o nosso sobrenome e o nome do nosso ancestral estarão perpetuados para as gerações futuras", disse.

O Casarão da Memória foi revitalizado e transformado em um espaço cultural em 2020 e sua abertura contou com uma cerimônia na qual o prefeito Rodrigo Ashiuchi afirmou que o local tem como missão fazer o resgate da história e valorizar a atuação daquelas pessoas que ajudaram a construir a cidade ao longo das décadas.

Sob a direção de Rita Paiva, o local, inicialmente, traria uma experiência imersiva com vários detalhes e uso do acervo histórico de Suzano, porém, com a pandemia, teve suas atividades suspensas e só será aberto à visitação quando houver segurança à saúde pública, após o período de combate ao novo coronavírus.

O secretário municipal de Cultura, Walmir Pinto, disse que o espaço representa muito para a cidade. “Um povo sem cultura é um povo sem história. Por meio desse grande resgate feito na rua Campos Salles, o processo de criação e amadurecimento do que hoje é Suzano tem um grande marco, que deve guiar a evolução e o futuro da cidade”, disse.

Patrimônio

Erguida em 1885, a antiga residência de Antônio Marques Figueira, a quem é creditada a responsabilidade pela fundação de Suzano, é um dos patrimônios arquitetônicos do município, conservando as características da época. Foi o primeiro casarão construído na região que viria a se tornar o centro de Suzano. Está instalado na rua Campos Salles e remonta ao início da urbanização da área no entorno da estrada de ferro.

O projeto de revitalização desenvolvido em conjunto pelas Secretarias Municipais de Cultura e de Planejamento Urbano e Habitação manteve as características originais do imóvel de aproximadamente 3 mil m², onde viveram Marques Figueira, sua esposa Emília de Siqueira e seu irmão, Thomé Marques Figueira.

Fundador

Antônio Marques Figueira nasceu em Figueira da Foz, Portugal, no dia 28 de maio de 1856, e chegou ao Brasil sozinho, aos 20 anos. Trabalhou na estrada de ferro em São José dos Campos e aos 23 anos foi transferido para Suzano.

Por aqui, atuou também no comércio de lenha, que vendia à ferrovia para abastecimento dos trens movidos a carvão. E, assim, foi adquirindo terras em Suzano para extrair madeira.

O transporte era feito por carros de boi, comuns nas ruas da cidade. A atividade foi aos poucos atraindo os primeiros moradores ao local, que viam uma perspectiva de progresso com a construção da estrada de ferro.

Naquele período, dedicou-se ao comércio. Vendia produtos importados que iam de ferramentas da Inglaterra a vinhos e azeitonas de Portugal. O estabelecimento funcionava no cruzamento das atuais ruas General Francisco Glicério e Campos Salles.

A planta do centro da cidade foi encomendada por ele ao conde João Romariz, que tinha pastagens na Vila Amorim. Era o primeiro arruamento da cidade, com vias delimitadas em quarteirões, a partir da linha do trem, e um espaço para a construção de uma praça e uma capela. A urbanização ficou por conta do engenheiro Portugal Freixo.

Em agosto de 1890, o general Francisco Glicério Cerqueira Leite, então ministro de Agricultura, Comércio e Obras Públicas do governo do presidente Deodoro da Fonseca, aprovou a planta por meio de um decreto federal. A fundação oficial da vila ocorreu em 11 de dezembro de 1890, quando o pequeno povoado passou a se chamar “Vila da Concórdia”.