As indústrias de Suzano e região registraram a perda de 4,8 mil postos de trabalho com carteira assinada. Com o resultado de outubro, o nível de emprego acumulado no ano é de -6,86% . Este é considerado o pior cenário industrial da história. Os dados foram divulgados hoje pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e abrange oito cidades (Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano). Somente em outubro houve uma variação de -1,83%, o que significou uma queda de aproximadamente 1,2 mil postos de trabalho. É o nono mês seguido de retração e o pior índice registrado no ano. Nos últimos 12 meses, o saldo é ainda pior: -8,10%, correspondente a uma redução de aproximadamente 5,7 mil vagas de emprego. "Esses 4,8 mil postos de emprego fechados nesses 10 meses de 2015 correspondem a um aumento de 146% em relação ao ano inteiro de 2014, cujo saldo foi de 1.950 vagas encerradas. Portanto, 2015 já é o pior ano para a indústria brasileira e a região não escapa desse cenário”, avalia o diretor do Ciesp Alto Tietê, José Francisco Caseiro. Segundo ele, o setor industrial enfrenta sérias dificuldades em razão da ineficaz política econômica, com produção em baixa, restrição de crédito, aumento de impostos e, principalmente, falta de perspectivas de mudanças a curto prazo. E um dos maiores reflexos desse conjunto na indústria de transformação se dá no nível de emprego. “Dentro da necessidade de cortar despesas para sobreviver, rever os contratos com funcionários é imprescindível. Já há algum tempo, as indústrias da região estão suprimindo as horas extras, reduzindo jornadas, usando todo o banco de horas, férias coletivas e, algumas, também o layoff. Mas quando se esgotam essas alternativas e, principalmente, não há uma perspectiva de mudança no cenário econômico e político, as demissões acabam sendo uma medida inevitável, infelizmente”, analisa o dirigente. “E não podemos esquecer, ainda, que se reduz a produção, a indústria também recolhe menos impostos, o que reflete na receita das prefeituras”, acrescenta Caseiro.