As pendências do Tesouro Nacional com bancos públicos e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) somam R$ 57,013 bilhões. O valor foi informado ontem pela equipe econômica, que enviou à Comissão Mista de Orçamento (CMO) um relatório detalhado com as dívidas do governo federal. O valor é um pouco acima dos R$ 55 bilhões informados na última quinta-feira pelo deputado Hugo Leal (Pros-RJ), relator do projeto de lei que muda a meta fiscal de 2015. Caso não consiga negociar um acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o governo terá de quitar a quantia até dezembro, o que pode elevar para R$ 117,85 bilhões o déficit primário previsto para este ano. Esta é a primeira vez que o governo reconhece oficialmente os débitos com os bancos oficiais e o FGTS. Na semana passada, o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, tinha informado que o valor das operações estava estimado em R$ 50 bilhões. A maior parte dos débitos, R$ 22,438 bilhões, é devida ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e é referente aos atrasos nos repasses para cobrir os juros subsidiados do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Em relação ao FGTS, as pendências somam R$ 20,737 bilhões. A dívida com o Banco do Brasil, que opera os financiamentos agrícolas, está em R$ 12,329 bilhões. Com a Caixa, que opera o pagamento de benefícios sociais e trabalhistas, o atraso soma R$ 1,509 bilhão. Segundo o relatório, os montantes incluem os juros e as correções, que correspondem a R$ 5,525 bilhões. No ano passado, o governo tinha quitado R$ 17 bilhões dos atrasos.