Pesquisa divulgada na semana passada mostrou que São Paulo é o Estado brasileiro com menor percentual de pessoas em situação inadequada de abastecimento de água e esgotamento sanitário, de acordo com novos dados do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea). Apesar dos dados positivos, o Estado enfrenta um grave problema que é a seca e a constante ameaça de ter de racionar água. O governo estadual alega que a falta de água é por que não chove. São Paulo vive a maior seca de toda sua história. Especialistas, que até já trabalharam na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), afirmam que mesmo sem chuva seria necessário um plano preventivo contra a falta de água. O que não aconteceu, segundo eles. Nos dados divulgados, na semana passada, com base em informações do Atlas da Vulnerabilidade Social (IVS) nos Municípios Brasileiros, referentes a 2010, apenas 0,6% dos domicílios permanentes em São Paulo não tinham esses serviços básicos. Em 2000, o percentual era de 0,87%. No Brasil, em 2010, o percentual de casas sem água e esgoto adequados era de 6,12%. Em 2000, o índice era 8,91%. A redução de moradias com serviços precários de água e esgoto é o resultado de constantes investimentos do governo paulista nessa área, implementados pela Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 364 municípios. A medição das taxas de saneamento e distribuição de água faz parte do Índice de Vulnerabilidade Social, mecanismo que tenta verificar as diferentes situações indicativas de exclusão e vulnerabilidade social no Brasil. Para sua construção é levada em conta a infraestrutura dos municípios. Quanto maior o índice, piores são as condições de vida da população. Levando-se em conta esta informação, de acordo com o Ipea, o Índice de Vulnerabilidade Social da população de São Paulo diminuiu entre 2000 e 2010. Em 2000, o IVS era de 0,388. Já em 2010, ele caiu para 0,297, o que indica baixa vulnerabilidade social. No Brasil, os dados revelam que, em 2000, o IVS era igual a 0,446, o que colocava o País na faixa de alta vulnerabilidade social. Dez anos depois, o índice caiu para 0,326, na faixa de média vulnerabilidade social. Os dados divulgados vão servir para garantir novas estratégias e planejamento para o saneamento básico.