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Jornal Diário de Suzano - 04/12/2024
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Editorial

Esgoto no Tietê

23 setembro 2015 - 08h00

O grande esforço para tentar tornar o Rio Tietê novamente navegável existe, mas o sonho torna-se, cada vez mais, distante. O DS trouxe ontem reportagem que preocupa. O despejo de poluentes no Rio Tietê aumentou 2,23% em cinco anos no Alto Tietê. Dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apontam que seis cidades da região despejam esgoto e outros tipos de carga poluidora no rio mais importante do Estado. Em 2009, a quantidade chegava a 69,7 toneladas por dia. Hoje, grande parte dos dejetos do polo urbano que concentra a maior riqueza do Brasil vai parar no Tietê, o que transformou o maior curso de água do Estado em um canal “de aspecto sujo”. Quem chega a São Paulo pelo Aeroporto de Guarulhos ou pela rodoviária do Tietê é recebido pelo odor forte. Não raro, motoristas da Marginal Tietê levantam as janelas para tentar conter o mau cheiro. O odor é o sintoma mais perceptível de que algo está errado com o rio. E, ao contrário do que se pensa, a culpa não é só das moradias improvisadas e sem saneamento básico. Só para se ter uma ideia, no ano passado, a quantidade de esgoto despejado no rio subiu para 71,3 toneladas por dia. Os números de 2014 são os mais recentes divulgados pela companhia e fazem parte do relatório de Índice de Qualidade da Água, realizado anualmente. O problema de falta de rede de coleta de esgoto é um dos principais para a poluição do rio. Além de apontar a qualidade da água, a pesquisa traz outros dados como a quantidade de esgoto e água tratado em cada cidade da região. Os dados ajudam a companhia a nortear as ações que precisam ser realizadas no rio em que teve seu dia comemorado ontem. A quantidade de poluentes no rio aumentou mesmo com o projeto do governo do Estado que prevê a diminuição da poluição no rio. O projeto foi dividido em três etapas e tem investimentos alto ultrapassando R$ 2 bilhões. É preciso continuar na luta pela despoluição do Tietê para garantir, por outro lado, que o rio possa se tornar navegável, como era outrora. Os desafios e os investimentos serão grandes, mas possíveis, do ponto de vista de políticas públicas.