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Jornal Diário de Suzano - 20/04/2024
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Editorial

Inflação

12 abril 2018 - 23h59
O aumento contínuo e generalizado dos preços em uma economia gera grandes preocupações. Economistas preferem defini-la como um aumento no suprimento de dinheiro (expansão monetária). 
É comum que se divida a inflação em três categorias, com base na causa: de demanda, de custos e inercial.
A inflação de demanda diz respeito ao aumento de preços que se observa em casos onde o poder aquisitivo da população sobe em disparidade com a capacidade que a economia tem de prover os bens e serviços demandados. 
Ontem, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apurou que, em março, a variação dos preços de bens e serviços afetou mais as famílias de maior poder aquisitivo. 
Pelo quinto mês consecutivo, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda foi menor para as famílias mais pobres. 
De acordo com os dados divulgados ontem, a taxa verificada entre as famílias de maior poder aquisitivo foi quase o triplo da registrada pelas famílias de renda muito baixa: 0,11% contra 0,04%. Em fevereiro, a diferença havia sido ainda maior: 0,66% contra 0,08%.
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda é calculado com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (SNIPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os dois extremos, a taxa mensal de variação da inflação acompanhou a evolução do poder aquisitivo das famílias: 0,06% entre as que têm renda baixa; 0,09% entre as famílias de renda média-baixa e de renda média; 0,10% entre as de renda média-alta e 0,11% entre as de renda alta. No mesmo período, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,09%.
São consideradas de renda muito baixa as famílias cujo orçamento de todos os integrantes totalizam menos de R$ 900. Famílias de renda baixa são aquelas que ganham entre R$ 900 e R$ 1.350. As que dispõem de um orçamento familiar de R$ 1.350 a R$ 2.250 são consideradas de renda média-baixa. As que ganham entre R$ 2.250 a R$ 4.500, renda média. As que somam entre R$ 4.500 e R$ 9 mil estão reunidas entre as de renda média-alta e as famílias que ganham acima deste valor são consideradas de renda alta.
O Ipea aponta a queda dos preços dos alimentos no domicílio como principal fator para explicar o menor impacto da inflação sobre o orçamento das famílias mais pobres.
Segundo a técnica de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea Maria Andreia Parente Lameiras, os resultados não significam que os mais pobres estão sofrendo menos com a inflação.
A questão é que as famílias mais pobres gastam quase um quarto de seus orçamentos com alimentos. 
A inflação tem de ficar controlada para que a economia continue “andando bem”, garantindo a geração de novos postos de trabalho.