A necessidade de mais acessos viários tem sido uma tônica em praticamente todos os municípios do País.
A implantação de anel e corredor viário tem se tornando necessidade para fluir o trânsito e, ao mesmo tempo, encurtar distâncias entre cidades e rodovias.
Na edição de domingo, o DS trouxe reportagem mostrando que a Regional do Alto Tietê do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) defende a retomada do projeto de construção da Via Mar, que ligaria Suzano a Santos. A proposta está engavetada há dois anos.
O projeto é de extrema importância. Em 2015, a ideia era de que a estrutura fosse realizada por meio da Parceria Público-Privada (PPP), com projeto executivo elaborado pela Contern. Contudo, a empresa ainda não tem um posicionamento sobre a execução do plano. Para o Ciesp, a ligação viária seria fundamental para o escoamento de cargas em Santos.
Existe sim uma grande expectativa de que o diálogo sobre a Via Mar seja retomado, uma vez que a economia dá sinais tímidos de melhora.
De acordo com especialistas, a tendência hoje do planejamento urbano é pensar os espaços da cidade para que sejam de uso múltiplo, reduzindo a necessidade de deslocamento das pessoas. Isto passa por revitalizar e repovoar os centros urbanos degradados e levar a oferta de postos de trabalho e equipamentos sociais e culturais para as áreas suburbanas que atualmente apresentam forte caráter residencial.
No caso de Suzano, a ligação com Santos, seria fundamental. Vai facilitar o escoamento de cargas para o Porto de Santos e vice-versa, visto que a malha rodoviária existente hoje não suporta toda a movimentação das indústrias, que estão retomando os níveis de produção de forma significativa.
Para a Região, o fato da nova ligação cortar uma das principais cidades vai melhorar ainda mais as características logísticas que o Alto Tietê oferece. Sendo um grande atrativo para investimentos, sejam eles de expansão de plantas em atividade ou novas empresas.
Apesar das boas perspectivas de contribuição que a estrutura pode trazer a Suzano e às cidades vizinhas, a empresa Contern, por meio da SPMar, não tem um posicionamento ou novidades sobre o assunto.
Só para se ter uma ideia da importância, a construção da via teria 36 quilômetros de extensão, sendo 23 deles em túnel erguido com a mesma tecnologia no Eurotúnel, atravessando a Serra do Mar a partir da Rodovia Índio Tibiriçá (SP-31). Atualmente, a Rodovia Anchieta (SP-150) é a principal ligação de escoamento entre a capital e o Porto de Santos.
A luta pela retomada do projeto não deve partir apenas da indústria. É importante que outros setores da sociedade possam cobrar pelo investimento, que não é pouco, para melhoria de toda a população.
