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Jornal Diário de Suzano - 23/04/2024
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Editorial

Obras paradas

20 fevereiro 2020 - 23h59
Lamentavelmente, uma parte das cidades do Estado de São Paulo desperdiça um valor significativo de recursos, em razão do excesso de obras que são interrompidas antes da entrega. 
A paralisação consome recursos sem gerar benefícios para a sociedade. É, em geral, consequência de falhas na forma como o setor público executa seus projetos, entre outros motivos. 
Em 2018, um estudo denominado “Grandes obras paradas: como enfrentar o problema”, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou o problema.
O trabalho integra uma série de documentos sobre temas estratégicos.
De acordo com números obtidos pela CNI junto ao Ministério do Planejamento, 2.796 obras estão paralisadas no Brasil, sendo que 517 (18,5%) são do setor de infraestrutura.
A área de saneamento básico lidera o ranking. Na sequência, aparecem obras de rodovias, aeroportos, mobilidade urbana, portos, ferrovias e hidrovias. Na edição de ontem, o DS trouxe reportagem atualizada sobre o novo número de obras paradas no Alto Tietê.
Não há dúvida de que é necessária a adoção de medidas para que se evite paralisações e atrasos: melhorar o macroplanejamento, avaliar qual modalidade de execução é a mais adequada; realizar microplanejamento eficiente; aparelhar melhor as equipes; desenhar contratos mais equilibrados; e fortalecer o controle interno. Todas as dicas são de especialistas.
Só para se ter uma ideia, o Alto Tietê fechou o quarto trimestre de 2019 com 36 obras em atraso no cronograma ou paralisadas. 
No entanto, mesmo com a demora para a conclusão, houve uma queda de 5,2% no número de obras, em relação ao período anterior. 
Os cinco pontos percentuais são referentes à retomada de obra em Itaquaquecetuba e em Santa Isabel, que também concluiu um projeto. 
A cidade de Suzano passou de seis para sete o número de obras por conta de novo registro. 
A cidade que registra o maior número de obras estagnadas é Salesópolis, com nove propostas. 
Lamentavelmente é recorrente o problema da paralisação de obras. 
O País parece incapaz de aprender com todos os levantamentos, perdas e conflitos que esse processo gera.
Não há dúvida de que é urgente a solução desses problemas. Também é preciso atenção com programas e metas direcionados a não repetição dos mesmos erros no futuro.
A paralisação das obras nunca é a melhor solução por representar perdas duplas para a sociedade – recursos públicos desperdiçados e empreendimentos não entregues para o uso da população. 
Os prejuízos para consumidores e empresas são enormes, o mesmo acontecendo com o setor público, uma vez que se trata de projetos que consumiram e continuam a absorver vultosos recursos públicos, sem gerar contrapartidas.