A falta de médicos e hospitais públicos não são os únicos problemas enfrentados por pacientes em todo o País. Os planos de saúde também têm problemas. Na semana passada, por exemplo, 73 planos de 15 operadoras tiveram a comercialização suspensa por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O motivo é que ocorreram muitas reclamações dos beneficiários. A medida é resultado do 14º ciclo do Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento, que avalia as reclamações de consumidores, como não cumprimento dos prazos máximos de atendimento e negativas indevidas de cobertura. Por tudo isso, quem pensa que é apenas o atendimento público que deixa a desejar, não sabe o problema enfrentando por quem tem o atendimento particular. Das 15 operadoras com planos com venda suspensa nesta etapa, 11 constavam na lista de suspensão do período anterior. Além de interromper a venda, as operadoras que negaram indevidamente cobertura podem receber multa que varia de R$ 80 mil a R$ 100 mil. Segundo a ANS, a punição só termina quando a empresa provar que melhorou o atendimento aos clientes. Desta forma, 52 planos de saúde que tiveram a comercialização suspensa em ciclos passados podem voltar a ser vendidos, pois conseguiram melhorar o atendimento. Desde o início do monitoramento, 1.140 planos de 155 operadoras já tiveram as vendas suspensas e mais 976 planos voltaram ao mercado após comprovarem melhorias no atendimento. O trabalho da ANS é muito importante para tentar manter os direitos para quem adquiriu um plano de saúde e não tem sido atendido. Muito mais do que isso, incrementar o atendimento nos hospitais públicos, garantir um número maior de profissionais da saúde, principalmente médicos, e ainda infraestrutura para as unidades de saúde poderiam ser alternativas importantes para o setor que tanto sofre no País. O serviço de saúde é essencial e não pode esperar. Por isso, deve ter urgência para garantir o atendimento aos pacientes.