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Jornal Diário de Suzano - 19/04/2024
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Editorial

Preservação do Rio Tietê

20 setembro 2019 - 23h59
Informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostram que o trabalho da estatal na manutenção e recuperação da vegetação no entorno dos mananciais da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) vem conseguindo avanços importantes e acaba de registrar um salto de 17 pontos percentuais na área verde do Cantareira. 
Segundo a Sabesp, graças ao programa Cinturão Verde dos Mananciais Metropolitanos, a cobertura vegetal na região em volta do principal sistema que abastece a Grande São Paulo passou de 61% para 78%, resultado que impacta positivamente na qualidade de vida da população e da água que a Companhia leva para as cidades atendidas.
Mas em relação ao Rio Tietê há uma grande preocupação. Os índices de qualidade da água entre Mogi das Cruzes e Suzano piorou. Estudo da Fundação SOS Mata Atlântica, lançado esta semana, mostra que em virtude do menor volume de chuvas neste ano, houve redução da carga de poluição difusa, proveniente de lixo e resíduos sólidos não coletados nos municípios, agrotóxicos, erosão e fuligem de veículos, entre outros.
O DS trouxe reportagem sobre o caso e mostrou também que com menor volume e vazão, os reservatórios e rios também perderam a capacidade de diluir poluentes, resultando no agravamento das condições ambientais e na perda de qualidade da água.
O trecho morto do Tietê, maior rio do estado de São Paulo, alcançou a marca de 163 quilômetros (km) neste ano, o que representa um aumento de 33,6% em relação ao ano passado (122 km), deixando a água imprópria para uso nessa extensão. A menor mancha de poluição já registrada na série histórica do levantamento ocorreu em 2014, quando a extensão do trecho considerado morto foi de 71 km.
Os dados foram compilados pela Fundação SOS Mata Atlântica no relatório Observando o Tietê 2019 – O Retrato da Qualidade da Água e a Evolucão dos Indicadores de Impacto do Projeto Tiete”.
Rios e águas contaminadas são reflexo da ausência de instrumentos eficazes de planejamento, gestão e governança, disse a especialista em água Malu Ribeiro, da Fundação SOS Mata Atlântica, que destacou alguns fatores que levaram ao aumento da mancha de poluição, como urbanização intensa, falta de saneamento ambiental, perda de cobertura florestal, insuficiência de áreas protegidas e diferentes fontes de poluição, agravados pela falta de chuva. 
É importante que os avanços sejam mantidos para garantir uma qualidade melhor da água do Rio Tietê.