Pelé completa hoje 75 anos. Contrariando muita gente, ele não é um senhor de cabelos brancos, bigode grosso e que passa os dias sentado em uma cadeira de balanço contando histórias. O Rei, reverenciado no mundo muito antes de sair de campo e se tornar lenda, ainda está na ativa. Nesta semana, desembarcou na Índia para fazer a alegria de milhares de pessoas, apaixonados por ele e pelo futebol. A única coisa que queriam era tocá-lo. Pelé não chuta uma bola desde 1977, quando se despediu pela última vez no jogo do New York Cosmos contra o Santos, no dia 1 º de outubro, no Giants Stadium, em Nova York, nos Estados Unidos, atuando um tempo para cada lado. Tinha 36 anos. E nunca foi esquecido. Continua apertando a mão de gente famosa, de presidentes a papas, mas sempre que pode se refugia onde mais gosta de estar: em sua casa com a mulher, filhos e a criançada. Pelé é um senhor humilde, emotivo e bastante feliz. Enfraquecido pela idade, cirurgias e internações nos últimos anos, como uma troca do fêmur por desgaste e que o impedia de andar, Pelé ainda não completou a sua missão. À reportagem, revelou três desejos aos 75 anos, que ele espera festejar com a família, como nos almoços de domingo. Aliás, seu maior desejo é que os familiares continuem unidos e com saúde. Pelé tem três filhos do primeiro casamento e mais dois do segundo, além da Flávia, fisioterapeuta que o tem acompanhado desde a primeira internação e susto. Aos 75 anos, não é mais aquele homem vigoroso e forte como nas imagens imortalizadas que o mundo se acostumou a ver. Está mais encurvado. Precisa, por vezes, se apoiar em algo ou alguém para se manter ereto. Perdeu peso. Sua saúde é monitorada mais de perto. Nas ocasiões em que esteve internado, mudou a rotina do hospital em um grande teste de popularidade. Funcionários choravam só de vê-lo passar no corredor. Seu carisma continua em alta em todas as camadas da sociedade.