Em vídeo postado pelas redes sociais, como estratégia para evitar os panelaços, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez um discurso de mea-culpa, com reconhecimento da gravidade da crise, e ao mesmo tempo já colocando uma argumentação de união e tolerância para fazer a "travessia". "Se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente", diz a presidente, vestida com um terno azul claro e com um quadro em tons azuis ao fundo. "As dificuldades são nossas e são superáveis. O que eu quero dizer, com toda franqueza, é que estamos enfrentando os desafios, essas dificuldades, e que vamos fazer essa travessia." A presidente lembra que há dificuldades na economia pelo mundo, mas admite também que a crise é consequência da estratégia do governo brasileiro nos últimos anos. "As dificuldades e desafios resultam de longo período em que o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir o emprego e a renda do trabalhador, a continuidade dos investimentos e dos programas sociais. Agora temos de reavaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas." PROTESTOS Ontem, a comemoração de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios foi marcada por protestos e bonecos inflados da presidente Dilma, com lama pelo corpo e nariz de Pinóquio, e o já famoso "Pixuleco", que representa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário. O intenso isolamento realizado pelo Exército, no entanto, fez com que as manifestações contrárias ao governo não fossem ouvidas ou vistas do palanque ocupado por Dilma e pela cúpula de ministros que formam a articulação política.