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Nacional

PSDB prepara pedido de renúncia de Cunha da presidência da Câmara

07 outubro 2015 - 08h00

 O PSDB informou ontem ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vai pedir sua renúncia do cargo caso surjam documentos que comprovem que ele tem contas na Suíça. A avaliação entre os tucanos é que a situação está ficando "insustentável" e já se cogita buscar uma "saída honrosa”. A bancada do partido se reuniu ontem para discutir o assunto. Vários parlamentares da legenda já se manifestaram publicamente em defesa do afastamento de Cunha. O deputado Valdir Rossoni, do Paraná, por exemplo, divulgou nas redes sociais as fotos de Dilma e Cunha com uma pergunta: "Quem faz mais mal ao Brasil?". "Se o MP confirmar (as contas de Cunha na Suíça) a situação de Cunha ficaria insustentável", diz o deputado Vanderlei Macris (SP). Na semana passada, o Ministério Público suíço comunicou à Procuradoria-Geral da República no Brasil a transferência de autos de uma investigação criminal aberta no País europeu que identificou ao menos quatro contas atribuídas a Cunha e parentes Pelo menos US$ 5 milhões teriam sido bloqueados. De acordo com os procuradores da Suíça, ele foi informado sobre o bloqueio das contas - antes, Cunha negara que tivesse sido avisado pelo país europeu. O presidente da Câmara já foi denunciado no Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber propina de US$ 5 milhões em contratos de navios-sonda da Petrobrás. Cunha nega envolvimento com os crimes investigados pela Operação Lava Jato e sustenta que não possui contas na Suíça, a exemplo do que fez em depoimento na CPI da Petrobrás, em março. Apoio Até agora, o PSDB vinha mantendo posição de apoio ao presidente da Câmara, apesar da acusação formal e das suspeitas que pesam contra ele. Cabe a Cunha a análise de pedidos de impeachment de Dilma. Porém, o avanço das investigações da Lava Jato causa constrangimento ao principal partido oposicionista. A intenção da legenda tucana, nesse caso, é defender "saída honrosa" para o peemedebista: a renúncia e a manutenção do mandato para que ele possa se defender sem perder o foro privilegiado.