O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) ontem a abertura de mais um inquérito para investigar o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na semana passada por tentativa de obstruir as investigações da Lava Jato. Este é o terceiro inquérito contra o parlamentar solicitado pela Procuradoria. O novo pedido de inquérito, assim como as investigações contra Delcídio já abertas, é mantido sob sigilo na Corte. Cabe ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Tribunal, autorizar as novas investigações contra o senador. A abertura das investigações é considerada praxe no STF. Atualmente, o STF já tem 35 inquéritos abertos relativos à Operação Lava Jato, com 68 investigados, sendo 14 senadores. A lista inclui os dois inquéritos que foram abertos hoje por Zavascki. No primeiro, serão investigados Delcídio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No segundo, Renan, Jader e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado como um emissário do presidente do Senado. Antes da prisão, o Supremo também havia autorizado uma investigação contra Delcídio pela tentativa de atrapalhar a investigações. REPRESENTAÇÃO CONTRA DELCÍDIO Renan Calheiros disse que cabe aos partidos políticos entrarem com uma representação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética contra o senador Delcídio. O petista está preso desde a quarta-feira da semana passada por ordem do Supremo Tribunal Federal sob a acusação de ter tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato. "Os partidos que devem tomar providências que o façam. Essa tarefa não cabe ao presidente do Senado. Eu hoje vou conversar com todos, vou ouvir pontos de vista e recolher opiniões mas essa iniciativa cabe aos partidos e às bancadas", disse.