Editorial

Indústria em recuperação?

12 NOV 2017 • POR • 05h00
Os números do País mostram que a recuperação da economia com a geração de novas contratações.
Pelo segundo mês consecutivo, a indústria de transformação paulista contratou mais do que demitiu em outubro, elevando em 0,11% o nível de emprego. Foram abertos 2,5 mil postos de trabalho, no maior saldo já registrado pelo setor, em um mês de outubro, desde 2010, quando a taxa havia indicado crescimento de 0,02%, com 500 novas vagas.
 
De janeiro a outubro, houve aumento de 0,42% com um saldo positivo de 9 mil empregos, segundo os dados da pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp).
Em nota, o diretor titular do Depecon, Paulo Francini, disse que a indústria vive um momento de retomada das atividades.“Apesar de ainda estar em baixa intensidade, essa recuperação é persistente”, apontou.
Dos 22 setores pesquisados, oito ampliaram as contratações, três mantiveram o mesmo quadro de pessoal e 11 efetuaram cortes. Entre as empresas em expansão estão a indústria de máquinas e equipamentos, com a oferta de 2 mil empregos, e o segmento de confecção de artigos do vestuário e acessórios, que abriu 969 vagas. Já entre os setores que mais enxugaram pessoal estão os de couro e calçados (-778) e produtos têxteis (-492).
 
O levantamento mostra que as maiores chances de um emprego foram criadas na região da Grande São Paulo, com alta de 0,33%. No interior, a situação foi quase estável na média com variação de 0,03%. Do total de 36 regionais pesquisadas, 16 aumentaram o número de empregos.
Ampliar políticas de capacitação profissional e de geração de emprego são desafios para países com programas avançados de transferência de renda como o Brasil, segundo especialistas.
Para eles, no entanto, o País ganharia investindo no monitoramento dos beneficiários, para avaliar se vão conseguir alcançar e se manter em empregos de maior renda.
 
No longo prazo, a recomendação é para que o Brasil "siga integrando as políticas e melhorando serviços. Especialmente, de educação, para que jovens entrem no mercado de trabalho.
Mas, pelos números divulgados, a situação vem melhorando e abrindo perspectivas positivas.