Editorial

Cidade ‘pichada’

16 FEV 2018 • POR • 05h00
Reportagem publicada pelo DS, na semana passada, mostrou novo levantamento feito pelo Projeto Antipichação. Foram registrados 416 pichações em Suzano somente em 2017. 
A cidade continua, portanto, com vários trechos pichados.
A pichação, geralmente, é o ato de escrever ou rabiscar sobre muros, fachadas de edificações, asfalto de ruas ou monumentos, usando tinta em spray aerossol, dificilmente removível, estêncil ou mesmo rolo de tinta.
No geral, são escritas frases de protesto ou insulto, assinaturas pessoais ou mesmo declarações de amor, também utilizada como forma de demarcação de territórios entre grupos – às vezes gangues rivais.
No Brasil, existe uma diferença entre o grafite e a pichação. Ambas tendem a alimentar discussões acerca dos limites da arte, sobre arte livre ou arte-mercadoria e liberdade de expressão.
Especialistas no assunto afirmam, que o grafite, em princípio, é bem mais elaborado e de maior interesse estético, sendo socialmente aceito como forma de expressão artística contemporânea. Já a pichação é considerada essencialmente transgressiva, predatória, contribuindo para a degradação da paisagem. O grafite atualmente tende a ser feito em locais permitidos ou mesmo especialmente destinados à sua realização, ao contrário da pichação contabilizada em Suzano.
A reportagem sobre a cidade, mostrou detalhes como, por exemplo, que o mês com maior índice foi julho com 111 pichações registradas. Março foi o mês com menos incidências, com 15 pichações. Em janeiro foram 22 novas pichações na cidade; fevereiro teve 18; abril com 33; maio registrou 21; junho com 28; agosto com 56; setembro contabilizou 44; outubro teve 29; novembro com 16 e até a madrugada do dia 25 de dezembro foram 23 novas pichações. Esses números correspondem ao quadrilátero central, entre as Ruas Dr. Prudente de Moraes com extensão a Av. Brasil e Regina Cabalau Mendonça, com extensão a Rua Baruel e nas Avenidas Armando Salles de Oliveira e Antônio Marques Figueira. 
Os principais alvos dos pichadores em Suzano são, além dos prédios abandonados, portas de comércios, muros de casas e imóveis para alugar. A cidade afirma que estuda a implantação da Lei Cidade Limpa, que será uma ampliação do programa 'Suzano Mais Bonita'. A Lei tem por objetivo desencorajar a pichações em edifícios comerciais e industriais da cidade. Essa iniciativa está em fase de estudos e, de acordo com a pasta, deve ser apresentada em breve. O programa também deve abranger a Lei Antipichação e o "Abrace Suzano", em parceria com a Diretoria de Áreas Verdes, visando à conservação e adoção de espaços públicos. 
É importante que seja tomada providência, diferenciada a pichação de grafite, e que a cidade possa ser mais bonita, como propõe o projeto.