Saúde

Rede particular responde por 40,5% dos leitos de UTI na região

Segundo parâmetro da OMS, déficit no Alto Tietê seria de 6 mil vagas. Maioria dos leitos são particulares

25 FEV 2018 • POR Marília Campos - da Região • 16h55
UTI 40,5% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva da região estão na rede particular - Arquivo/DS
Um levantamento realizado pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), acessado através da plataforma de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), DataSUS, apontou que 40,5% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Alto Tietê estão na rede particular. O número representa 139 vagas das 343 existentes na região. Os outros 204 leitos atendem, potencialmente, a 1,6 milhão habitantes. 
 
Em Suzano há 66 vagas existentes. Destas, 53% são atendidas na rede particular. No município de Arujá, todos os 23 leitos de UTI existentes são particulares, no Hospital e Maternidade Ipiranga. 
 
O SUS disponibiliza as únicas 20 vagas na terapia intensiva do Hospital Geral de Itaquaquecetuba, sendo 10 leitos para a categoria adulta e mais 10 para o neonatal. Em Santa Isabel, ao menos uma das sete vagas oferecidas na UTI adulta da Santa Casa é destinada ao custeio particular. Biritiba-Mirim, Guararema, Poá e Salesópolis não possuem ala de terapia intensiva em nenhuma unidade de saúde.
 
Mogi das Cruzes possui 156 vagas na UTI, das quais 53 são particulares. A cidade mogiana também é a que conta com o maior número de especialidades dentro do atendimento intensivo, entre elas a unidade de isolamento, UTI adulto, pediátrica, neonatal e coronariana. Em Ferraz de Vasconcelos, o Hospital Regional Dr. Osíris Florindo Coelho detém todos os 71 leitos de UTI da cidade, sendo que apenas o atendimento neonatal ocorre fora do SUS. 
 
Brasil
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a disponibilidade de três a cinco leitos de UTI a cada mil habitantes. Ao adotar quatro vagas para cada mil residentes do Alto Tietê, o déficit na região seria de 6.094 leitos. Um estudo feito em 2016 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), também levando em consideração os dados do CNES, apontou que apenas 505 municípios no Brasil contam com vagas de UTI, enquanto outros 5 mil não possuem. Ao todo, o país tem 41 mil leitos na terapia intensiva. A metade deles está no SUS, que atende 204 milhões de brasileiros. Apenas 25% da população têm acesso aos planos privados de saúde.
 
Apesar disso, a portaria ministerial da Saúde 1.101/2002 prevê o cálculo médio de necessidade UTI's de 4% a 10% do total de leitos hospitalares existentes na área analisada. No Alto Tietê, há 1.962 vagas nos hospitais e o número de leitos de UTI representa 17,4% deste total. Embora a rede particular detenha quase metade do atendimento, a oferta de leitos em todas as cidades da região está dentro do parâmetro adotado pelo Ministério, considerando o todo de vagas públicas e particulares. No Brasil, o CFM aponta que 70% dos estados não garantem o número traçado pelo Governo Federal. 
 
Estado
 
Em São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a ampliação da oferta de UTI depende da elevação de teto financeiro de alta complexidade ao Estado, por parte do Governo Federal. Além disso, os pacientes do Alto Tietê também podem ser encaminhados para internação na capital ou em serviços localizados em outras cidades, caso haja necessidade. Já a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, através do deputado Gondim (SD), destacou que busca implementação de uma UTI neonatal na Santa Casa de Mogi.