Estudo aponta condições ruins em 50% dos cursos d'água na região
Estudo leva em consideração os estados banhados pelo Oceano Atlântico, dos quais não houve nenhuma ocorrência ótima
24 MAR 2018 • POR Marília Campos - De Suzano • 00h00
Foram analisadas 26 amostras no total - Sabrina Silva/Divulgação
A edição deste ano do projeto "Observando os Rios", idealizado pela SOS Mata Atlântica, analisou 26 amostras dos cursos d'água no Alto Tietê, entre rios, córregos, lagos e ribeirões. Do total, metade (50%) foi considerada ruim.
Outros 42,3% estão em situação regular e 7,6% são dadas como boa, ou seja, em apenas duas amostras a região teve esta avaliação satisfatória: ambas do Rio Tietê, nos trechos dos municípios de Salesópolis e Biritiba-Mirim. O estudo leva em consideração os estados banhados pelo Oceano Atlântico, dos quais não houve nenhuma ocorrência de ótima amostragem. Dos cinco pontos dados como 'bom', três estão no Estado de São Paulo.
O rio Caputera, córrego Baquirivu e o lago Arujá foram analisados pela instituição na cidade arujaense. Em Biritiba-Mirim, apenas o rio Tietê foi considerado. Cinco córregos de Ferraz de Vasconcelos foram estudados, ao longo dos 12 últimos meses. A análise do rio Tietê foi retomada em Itaquaquecetuba, onde o córrego Três Pontes também foi verificado, próximo à divisa com Itaim Paulista. Em Mogi das Cruzes, dois córregos, dois rios, um lago e um ribeirão forneceram informações qualitativas. Na cidade da nascente do rio Tietê, Salesópolis, o Rio Paraitinga também rendeu amostra. Já em Suzano, estiveram no levantamento os rios Guaió, Taiaçupeba e Tietê.
O ciclo de monitoramento, entre março de 2017 e fevereiro deste ano, realizou 1.939 análises da qualidade da água, em 294 pontos de coleta, distribuídos em 230 corpos d'água, em 102 municípios de 17 estados do bioma Mata Atlântica. Só no Estado paulista, foram 32 cidades, 95 rios e 124 pontos de coleta.
"Os parâmetros de qualidade foram escolhidos por especialistas e técnicos como sendo os mais relevantes para serem incluídos na avaliação das águas doces brutas, destinadas ao abastecimento público e a usos múltiplos", explica a publicação.
A atenção voltada ao Tietê foi o primeiro projeto deste tipo desenvolvido pela entidade, em 1993, com 78 grupos de monitoramento distribuídos ao longo do rio. Em Suzano, a avaliação da passagem deste rio é regular, assim como o Taiaçupeba, o que significa dizer que merece maior foco dos gestores públicos e da sociedade. "Esse indicador demonstra que a condição está no limite dos padrões definidos na legislação para usos menos restritivos, como recreação, navegação, irrigação e abastecimento público mediante tratamento avançado", diz o registro.
No rio Guaió, próximo à divisa de Poá, a situação é dada como ruim, ou seja, a água é imprópria para usos por conta da poluição e da delicada condição ambiental. "A precariedade dos índices de qualidade da água está diretamente ligada à saúde das populações, do ambiente e à sustentabilidade da região".