Uma mensagem de esperança. Este foi o resumo do Passos da Paixão 2018. A encenação da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo deste ano realizada na Praça de Eventos, em Poá, que reuniu cerca de 15 mil pessoas, ganhou a renovação e a vitalidade das crianças e da juventude, tema da edição deste ano realizado pela Associação Cultural Opereta, Cia. Teatro Roda Mundo, com o apoio da Prefeitura e da Secretaria de Cultura e Esportes de Poá.

 

O que se viu no cenário de Álvaro Júnior, figurino de Amabile Luz e demais adereços foi uma estética mais jovial com destaque para cores mais claras e vivas. O azul e o verde predominaram nas cenas.Jesus, interpretado por Marco Souza, ganhou um manto colorido sobre a túnica, parecido com uma colcha de retalhos harmoniosamente costurada em formato de pentágono. 

 

Novamente, o espetáculo foi enriquecido com a música ao vivo e, pela primeira vez, um coro infantil de 12 vozes regido pelo músico Alexandre Guilherme encantaram o público. "Foi a primeira vez que vejo esta peça utilizando as crianças para contar a história de Jesus, geralmente o que se vê nas encenações das igrejas destaca mais o enfoque bíblico.", avaliou o analista de suporte Rafael Oliveira Santos, 27 anos, de Osasco, Região Metropolitana de São Paulo. Um dos momentos mais dramáticos é a via-crucis, quando os atores saem do palco principal no meio do público para chegar até o palco da crucificação. Não é difícil ver a emoção das pessoas nos olhos ao ver Cristo passar sendo massacrado pelos soldados de Herodes. Não bastasse ter que carregar o lenho da cruz, ainda recebia chicotadas e empurrões. 

 

Crianças e adultos até tentam impedir a violência exibida nas cenas. Tudo muito bem coordenado e ensaiado pela equipe de direção de elenco de Fernandes Júnior. A estudante Amanda Maria Alves de Oliveira, 20 anos, de Itaquaquecetuba, que veio pela primeira vez assistir ao Passos da Paixão, chegou bem na hora da via-crucis e depois viu de perto a cena da morte. "Achei muito bom, bem interpretado. Achei bem bonito a parte de Maria Madalena procurando por Jesus". 

 

Homenagem

 

Após a crucificação, a peça trouxe uma homenagem a vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Um texto, lido pela diretora geral Lidiane Santos e a diretora assistente Priscila Klesse, lembrou que passados 16 dias de seus assassinatos, a polícia e demais autoridades ainda não esclareceram o crime.