Caderno D

Opereta encerra temporada de 'Almas Peregrinas' neste sábado em Poá

Após circular por seis cidades, Núcleo Teatral fecha circulação de apresentações, às 20 horas no Teatro Municipal da cidade

28 MAI 2018 • POR De Suzano • 23h00
Peça marcará o encerramento do projeto de circulação realizado por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC) - Giulia Martins/Divulgação
Depois de circular por cidades do interior e da região metropolitana de São Paulo, o Núcleo Teatral Opereta (NTO) volta a Poá para a última apresentação da peça "Almas Peregrinas", que será realizado neste sábado (1º), às 20 horas, no Teatro Municipal de Poá (Avenida Antônio Massa, 331 - Centro).
Esta exibição marcará o encerramento do projeto de circulação realizado por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. A entrada é gratuita.
 
Programação
Para celebrar os cinco meses em que o Opereta esteve em circulação com o projeto, para levar a atração teatral em espaços culturais diversificados o público poderá ver também a exposição fotográfica "Peregrinação", que reúne uma síntese do trabalho realizado neste período. 
 
No acervo produzido pela fotógrafa Giulia Martins estão imagens de cenas do espetáculo, das rodas de conversa com o público e também da produção e making of da peça. A exposição será no saguão de entrada do Teatro Municipal com abertura às 15 horas. 
 
No mesmo horário, o público poderá participar da roda de compartilhamento com as atrizes do Núcleo, com o tema, "A Expressão e Opressão do Feminino". A roda tem o objetivo de aproximar os espectadores do universo das personagens femininas do espetáculo. Após o encerramento do projeto de circulação, o grupo teatral analisa convites para se apresentar em outras localidades ainda neste ano.
 
Peça
O espetáculo é uma livre adaptação feita pelo grupo Opereta que nasceu da necessidade de aprofundar o contato com o universo latino-americano. Conta as várias histórias de uma cidade-fantasma.
 
Quando Juan promete a sua mãe à beira da morte, que voltará à cidade que ela deixou para trás quando ainda estava grávida dele, não imaginava que iria de encontro com o seu próprio fim. O principal motivo que o estimula a ir para Campo Lunar é o de conhecer seu pai, Rubão Barros, que foi um rico e poderoso fazendeiro daquela região. Juan não encontra seu pai, pois descobre antes mesmo de entrar na cidade que ele está morto, mas encontra um de seus meio-irmãos, que o conduzirá até a entrada da cidade.
 
Para grande desespero de Juan, ele descobre que a cidade está abandonada e que seus moradores têm aparência e jeito estranhos: todos estão mortos e seus espíritos vagam pela cidade, sem descanso, esperando pelo perdão dos seus pecados. O limite entre tempo e espaço se rompe e os habitantes da cidade revivem seus tormentos e suas vidas num movimento cíclico que nunca termina. É a maldição de Rubão Barros, que nunca teve o seu amor pela triste e solitária Suzana correspondido.
 
No elenco Anderson Borges, Camila Rafael, Dora Nunes, Edson Guilherme, Jhony Uriel, Marco Senna, Patty Nascimento e Priscila Klesse. A direção é de Ailton Ferreira. Temas como a relação de subserviência, a opressão ao feminino, a corrupção e as disputas pela terra compõem a trama. Os personagens estão presos nessa relação de opressor e oprimidos, numa contínua roda de autoflagelo.
 
A figura da mulher também é questionada; na peça as mulheres são oprimidas e transformadas em objetos, com exceção da personagem Dodema, que assume uma posição mítica e atravessa a história com pleno domínio das relações e goza de liberdade, como uma manifestação das antigas tradições femininas.