Cidades

Grupo de Proteção aos Animais é contra proibição de alimentar pombos

Entidades afirmaram que existem outros métodos mais eficazes de combater essa questão

12 JUN 2018 • POR Lucas Lima - De Suzano • 00h02
Pombos estão em toda parte nas praças da região central. Entidades são contra proibição de alimentar - Sabrina Silva/Divulgação
A Organização Não Governamental (ONG) Projeto Adote Suzano (PAS) e o Grupo de Apoio de Animais de Rua de Itaquaquecetuba (GAARI) são contra à medida que proíbe alimentar pombos urbanos para evitar riscos de saúde a população. Segundo entidades, esse tipo de ação poderia causar a morte das aves. Elas afirmaram que existem outros métodos mais eficazes de combater essa questão, como por exemplo, aplicar anticoncepcional na água em que os pombos bebem para evitar a procriação da espécie e assim diminuir as chances de proliferação de doenças. 
 
O DS publicou na última sexta-feira (8) que a Prefeitura de Suzano pode implantar uma lei que proíbe a população de alimentar pombos urbanos na cidade. De acordo com a Secretaria de Saúde, este modelo de legislação seria viável em uma fase posterior ao trabalho de conscientização, que atualmente já é feito pelo setor de Controle de Zoonoses. A pasta esclareceu que "esta questão é importante, já que facilitar a alimentação destas aves pode aumentar sua proliferação e a grande concentração de pombos no ambiente urbano pode causar riscos à saúde pública", informou em nota.
 
Em São Paulo, uma lei como esta foi sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) e prevê penalização para quem descumprir por meio de advertência ou multa, cujo valor varia de R$ 200 a R$ 400.
 
Contudo, em Suzano, a ONG PAS vai contra essa lei. O vereador e voluntário da organização, Lisandro Frederico (PSD), disse que o animal faz parte do meio ambiente e deve ter seu lugar mantido. "Acho um pouco absurdo, temos que separar as coisas. O pombo faz parte do meio ambiente. O dever do poder público é mantê-lo no lugar. Essa informação de que o animal transmite doenças é precoce. Sabe que se alastraram devido à intervenção do ser humano. Mas, é um animal que oferece risco tanto quanto os outros animais. Existem métodos mais eficazes, como por exemplo, na Europa, onde colocam anticoncepcional na água e evitam a procriação de pombos. Colocar uma lei como essa é ir contra os próprios princípios, ir contra a natureza, afetar a saúde direta deles, impondo crueldade", argumentou.
 
Já o médico veterinário responsável do Gaari, Edson Rodrigues, falou que a medida pode ter efeitos contrários. "A multa não é o caminho mais adequado. Existem outros meios por meio do Controle da Zoonoses que pode ser combatido. Já existe uma lei que não pode exterminar o pombo. Se não o alimentá-lo, automaticamente ele vai comer lixo, ciscar coisas ruins e isso sim pode trazer problemas", completou.