Cultura

Jornalista lança livro sobre a história da mídia brasileira no Japão

Ewerthon Tobace foi repórter e editor-assistente no Diário de Suzano e há 17 anos atua na imprensa do Japão

18 JUN 2018 • POR De Suzano • 23h29
Tobace lança livro como parte das comemorações dos 110 anos da Imigração - Divulgação
No ano em que completa 20 anos de profissão, o jornalista, documentarista e produtor Ewerthon Tobace lança um livro que conta a história da mídia brasileira no Japão ("1991 - A História da Mídia Brasileira no Japão"). A obra faz parte das comemorações dos 110 anos da Imigração Japonesa ao Brasil e está sendo distribuído gratuitamente no Japão pelo Consulado-Geral do Brasil em Tóquio. Em breve, será disponibilizado para download.
 
Tobace, que começou a carreira no jornal DS como repórter e editor-assistente, está no Japão desde 2001. Além de trabalhar para a mídia brasileira local, ele colabora com os principais jornais, revistas e sites do Brasil, além de comandar um programa na Rádio Japão, da NHK World Japan. 
 
“1991”, que dá título ao livro, foi o ano em que nasceu o primeiro jornal brasileiro, que foi batizado de International Press.
 
História
Em junho de 2009, a Folha de S.Paulo, em conjunto com a Pfizer, abriu inscrições para o concurso Folha Memória - Programa de Orientação de Pesquisa em História do Jornalismo Brasileiro. O objetivo deste programa era promover a realização de pesquisas conduzidas com rigor acadêmico, mas apresentadas na forma de um texto de interesse geral (e não na forma de trabalho acadêmico).
 
A empresa escolheu três projetos de pesquisa ligados a temas de história do jornalismo - entendida, neste programa, no sentido amplo do termo: podiam ser propostas pesquisas sobre fenômenos de qualquer época (inclusive contemporâneos) relacionados a qualquer meio jornalístico.
 
“O meu projeto foi um dos contemplados com a bolsa de pesquisa e durante seis meses pesquisei a chamada mídia ‘decasségui’”, disse.
 
Do estudo, nasceu este livro, cuja ideia principal é resgatar histórias interessantes sobre o jornalismo na comunidade brasileira, segundo o jornalista. “Os textos aqui reunidos tentam revelar o processo de formação desta mídia ‘decasségui’ e sua evolução - o chamado movimento decasségui começou há cerca de três décadas, com a ida de descendentes de japoneses para o país”. 
 
De acordo com o jornalista, o grupo de imigrantes foi aos poucos se transformando em uma comunidade socialmente organizada e a mídia brasileira acompanhou esta expansão. “No começo, os brasileiros tinham acesso a informações em português somente através de jornal impresso, mas, com o tempo, a mídia se diversificou e hoje há também revistas, web-rádios, canais de tevê e web sites, blogs, YouTube e contas no Twitter e Facebook”. 
 
Segundo Tobace, infelizmente, muitas das empresas fecharam as portas com a crise econômica de 2008/2009 e este livro acabou se tornando um obituário.
 
“Também conversei com vários profissionais que ajudaram a fazer a história do segmento. Todas as entrevistas foram feitas em 2008 e atualizadas ao longo destes dez anos. Foram horas de gravação, centenas de e-mails, e muitos telefonemas”. 
 
Ele disse que escolheu as melhores passagens e reconto aqui estes episódios que marcaram a vida destes jornalistas e também da própria comunidade. “Para não causar estranheza, explico de antemão que optei pela mistura de duas narrativas para construir as crônicas, como o leitor vai perceber: uma, em primeira pessoa - na voz do entrevistado -, para contar os casos e a outra na terceira pessoa, para falar do entrevistado. Para ajudar, diferenciamos as duas narrativas mudando o formato das letras”.