Editorial

Perfil do desemprego

16 JUL 2018 • POR • 23h59
O DS publicou, na semana passada, reportagem mostrando o perfil dos desempregados de Suzano foi divulgado pelo Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT). 
Os dados foram coletados com base nas 1.347 vagas de emprego geradas e preenchidas entre janeiro e maio deste ano, 60% do desemprego é feminino, com baixa escolaridade e pouca qualificação profissional. 
Já os homens, possuem escolaridade regular - Ensino Médio - e também pouca qualificação profissional. A idade média do desemprego é de 30 anos, indo de 20 a 40 anos. O tempo de inserção no mercado de trabalho é de seis meses a um ano.
Os números de Suzano que seguem tendência nacional mostram que a crise no mercado de trabalho atinge de forma desigual diferentes grupos sociais e regiões do Brasil. 
Só para se ter uma ideia, o índice de desemprego no País é de 11,8%, mas a taxa é maior para mulheres, jovens e pessoas com baixa escolaridade, segundo dados do quarto trimestre de 2017 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) trimestral pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além dos desempregados, esses grupos também são os mais afetados entre os trabalhadores subutilizados, contingente que soma 26 milhões de pessoas no Brasil.
No caso de Suzano, as 1.347 vagas de emprego geradas estão relacionadas a alta busca por vagas em todas as cidades da região. A maior parte das vagas está no setor de serviços: operadores de telemarketing, costureiras, porteiros, auxiliar de limpeza, pintores, serralheiros e também foram criadas vagas de eletricistas, nutricionistas, funileiros, corretores de imóveis e consultores de vendas. Além disso, a administração municipal destacou que Suzano criou 1,2 mil postos de trabalho.
É importante que o perfil do desemprego seja anunciado para que o combate ao desemprego venha garantir mais oportunidades para quem mais é atingido pela falta de trabalho: nesse casos as mulheres, conforme a pesquisa.
É evidente, no entanto, que o combate deve contemplar a todos, começando por quem mais está na faixa daqueles que precisam.
Especialistas têm defendido que ainda existe a “discriminação corporativa” que pode ser sutil, mas é inegável. 
Uma parcela dos contratantes está convencida de que precisa de um robô disponível em tempo integral, sem relação com família ou com a vida real.
Outra constatação é de que as mulheres podem ser vistas, de modo geral, como pessoas que podem dar preferência aos cuidados com a família e deixar o empregador em segundo plano em situações de emergência. 
É importante, no entanto, que uma política de geração de emprego venha atingir a todos e garantir as oportunidades de forma igual.