Editorial

Mortalidade infantil

5 DEZ 2018 • POR • 23h59
A taxa de mortalidade infantil é um indicador social representado pelo número de crianças que morreram antes de completar um ano de vida a cada mil crianças nascidas vivas no período de um ano. É um importante indicador da qualidade dos serviços de saúde, saneamento básico e educação de uma cidade, país ou região.
Mesmo sendo um índice importante, medir a mortalidade de bebês traz implícito um incômodo, pois é um questionamento a respeito da responsabilidade que sociedade e Estado possuem nesse quadro. Os principais fatores que promovem a mortalidade infantil são a falta de assistência e de instrução às gestantes; ausência de acompanhamento médico; deficiência na assistência de saúde; entre outros fatores.
Na edição de ontem, o DS trouxe reportagem mostrando que as cinco cidades do Alto Tietê - Arujá, Biritiba, Guararema, Poá e Salesópolis - tiveram um crescimento de 37% na taxa de mortalidade infantil, comparando os anos de 2016 e 2017. Os dados foram divulgados pela Fundação Seade que também apontou quatro cidades com a taxa de mortalidade maior do que a média do Estado de São Paulo, que é 10,7 para cada mil nascidos. 
Houve crescimento também na taxa regional, passando de 11,34 para mil nascidos vivos em 2016 e 11,46 no ano passado. As cinco cidades desse ano tiveram um crescimento de 43,5 para 59,6 resultando em 37% de aumento. Das cinco cidades, três ultrapassaram a média do Estado. A mortalidade infantil em Arujá foi de 15,3 para 15,9 para cada mil nascidos vivos; Biritiba pulou de 2,5 para 9,6; Guararema passou de 9,3 para 12,2; em Poá a taxa subiu de 11,6 para 16,9 e em Salesópolis foi de 4,8 para 5.
Segundo especialistas, existem maneiras de se reduzir a mortalidade infantil, mas para ter sucesso nessa tarefa, o Estado brasileiro precisa implantar uma série de políticas sociais que provoquem mudanças estruturais nas condições de vida da população. 
Por exemplo: acabar com a fome e a miséria, aumentar o acesso ao saneamento básico (água e esgoto tratados), melhorar a instrução das mulheres, dar à população de baixa renda mais acesso a serviços de saúde de qualidade, aumentar as campanhas de conscientização sobre a importância da vacinação.