Caderno D

Legado e milagre de Padre Eustáquio são lembrados em Museu de Poá

História do primeiro beato do Alto Tietê foi resumida pelo coordenador do ‘Grupo Amigos do Museu Pe. Eustáquio’

11 FEV 2019 • POR Marcus Pontes - de Suzano • 23h38
Delcimar Ferreira contou as histórias causos e do Padre Eustáquio - Bruna Nascimento/Divulgação
Poá é um dos municípios com a história cultural mais rica na região. É também a primeira cidade que poderá ter um personagem declarado santo no Alto Tietê: Padre Eustáquio. O processo de canonização ainda está em andamento no Vaticano. 
 
O legado em vida e morte do vigário ainda permanece vivo, principalmente com o museu construído para contar a história do beato Eustáquio Van Lieshout, o Pe. Eustáquio, que fica instalado na Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, no Centro de Poá.
 
As histórias e causos do Padre Eustáquio foram contadas pelo jornalista e coordenador do grupo 'Amigos do Museu Padre Eustáquio', Delcimar Ferreira, no programa 'DS Entrevista', realizado na semana passada.
 
A entrevista completa pode ser conferida no portal do Diário de Suzano (www.diariodesuzano.com.br). 
 
O jornalista contou como é participar do grupo de voluntários, que realiza visitas monitoradas ao Museu, os feitos do vigário na região, a transferência repentina e surpresa dele para Belo Horizonte, em Minas Gerais, e a importância em fomentar o assunto na cidade e região. Para exemplificar o legado do holandês no Alto Tietê, Delcimar citou uma passagem da morte de Padre Eustáquio: "Na cerimônia de beatificação, em 12 de junho de 2006, grupos de fiéis de Poá fretaram ônibus e, também, foram com o carro particular só para participarem", disse.
 
Mas, para explicar a importância de Padre Eustáquio, é necessário retornar ao passado. Em meados de 1941, o holandês veio à região e tornou-se o primeiro pároco do Distrito de Poá - antigamente território de Mogi das Cruzes-, o qual participou da fundação da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Depois de uma viagem a Lourdes, na França, o vigário voltou à região com um pouco da água benzida do Santuário. 
A partir daí, ele construiu uma gruta no terreno da igreja poaense. "Todos os dias ele passava e abençoava.
 
O único pedido era que a água não fosse vendida, pois era benta", disse Delcimar. Relatos de bênçãos da água disseminaram na época, em especial por São Paulo e outros estados brasileiros.
 
"Quando ele saiu da cidade, foi preciso ir escondido pois, o fluxo de pessoas que iam para Poá era anormal. Haviam trens extras para dar conta do fluxo. Com isso, ele passava meses recluso. Viajava a várias cidades, em poucos meses. E não fez mais aparições públicas. Só em Minas, ele voltou à público e restabeleceu em Belo Horizonte", explicou. 
 
O Museu Padre Eustáquio fica em um prédio anexo à Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Lá, o visitante pode descobrir um pouco mais sobre a história do vigário. São livros, reportagens, em veículos de comunicação da época, fotos e objetos do beato e réplicas, que podem ser visitadas por qualquer munícipe da região. Contudo, as visitas ocorrem ao terceiro sábado de cada mês, das 14 às 18 horas. 
Os interessados devem entrar em contato, ou agendar, nos números 4638-2205, 99165-8409 (WhatsApp) ou no e-mail museupadreeustaquio@gmail.com. 
 
"A visita dura cerca de 40 minutos. O visitante encontra fotos, pertences (roupas dele), recortes de jornais, que ilustram a passagem dele por Poá. Atualmente, somos em 10 voluntários. Temos dois roteiros; o primeiro que a pessoa conhece a igreja, gruta e termina no museu e o segundo só faz uma visita resumida ao museu".