Cidades

Passeata em homenagem às vitimas reúne professores e alunos do Raul Brasil

Organizada pela Apeoesp, ato “silencioso” percorreu as ruas de Suzano.

15 MAR 2019 • POR Dennis Maciel - de Suzano • 16h07
Na frente da Raul Brasil, alunos, familiares e professores se emocionaram em uma roda de oração que “abraçou” todo o quarteirão da escola - Sabrina Silva/Divulgação

Alunos e professores de escolas de Suzano percorreram nesta sexta-feira (15) as ruas da cidade em uma manifestação “silenciosa” em homenagem às vitimas do massacre na Escola Raul Brasil. Os estudantes caminhavam com flores brancas e faixas pedindo a não legalização do porte de armas. Segundo os organizadores do evento, cerca de 500 pessoas participaram da homenagem.

A concentração aconteceu na Praça dos Expedicionários. No local, representantes do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) deram as orientações aos participantes. Flores brancas foram distribuídas para os manifestantes e alunos carregavam cartazes com apelos contra a liberação da posse de armas.

A diretora executiva da Apeoesp de Suzano, Ana Lúcia Ferreira, explicou que a manifestação seguiria pelas ruas da cidade em silêncio, em respeito aos mortos na chacina. “O silêncio é o maior grito que alguém pode dar. Desde que recebi a notícia não consigo comer e nem dormir. Acredito que fatalidades como esta podem voltar a acontecer”, conta.

Segundo a diretora do sindicato, mais de 1.000 alunos estudam na Escola Raul Brasil. Ela afirma que a maioria deles está com medo de voltar a estudar. Ana Lúcia afirma que o Governo precisa oferecer apoio psicológico para estas crianças e reforçar a segurança nas escolas estaduais e municipais.

Após uma oração feita na Praça dos Expedicionários, os manifestantes seguiram pela Rua General Francisco Glicério. As lágrimas nos olhos dos jovens de diversas escolas do município emocionaram os comerciantes e moradores que passavam pela Glicério. A marcha transformou a rua mais movimentada da cidade em um local de luto e contemplação.

A estudante Camila de Almeida Marques, frequenta a Escola Maria Elisa de Azevedo e teme que casos parecidos voltem a acontecer. “Tenho 16 anos, estou com o coração partido. Eles tinham a mesma faixa etária que a gente, fiquei sem chão ao saber que muitos dos nossos amigos se foram. Em forma de protesto pedimos mais segurança para as escolas”, lamenta.

Na frente da Raul Brasil, alunos, familiares e professores se emocionaram em uma roda de oração que “abraçou” todo o quarteirão da escola. Um dos organizadores fez uma chamada com o nome dos mortos na chacina e recebeu gritos de “Presente” como resposta. Cartazes contra a violência foram colados na porta da escola.

Para o estudante da Raul Brasil, Guilherme de Oliveira, este episódio ficará marcado para sempre sem sua vida. “A escola sempre foi muito tranquila estamos devastados. Um amigo meu, Cleiton Ribeiro, acabou morrendo no massacre. Esta caminhada serve para tentar consolar as famílias, além de prestar uma homenagem a aqueles que se foram.”, finaliza.