E.E. Raul Brasil

Terceiro suspeito de massacre foi mentor intelectual do crime, garante polícia

Delegado titular do distrito central de Suzano, Alexandre Dias, disse que busca identificar outros envolvidos o mais rápido possível

19 MAR 2019 • POR Marcus Pontes - de Suzano • 18h32
Polícia Civil e Procurador de Justiça concederam coletiva à imprensa - Bruna Nascimento/DS
O terceiro suspeito de planejar o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, na semana passada, foi um dos mentores intelectuais do atentado. A afirmação foi feita pelo delegado titular do distrito central de Suzano, Alexandre Dias, durante coletiva à imprensa, nesta terça-feira (19), na sede da Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes. O procurador da Vara de Infância e Juventude, Rafael Ribeiro do Val, também deu detalhes quanto aos procedimentos do inquérito, que corre sobre segredo de Justiça. 
 
A investigação sobre o massacre não tem prazo para encerrar. Agora, o empenho da polícia será para identificar o responsável por vender o revólver calibre 38 usado nos assassinatos e, também, o envolvimento de outras pessoas no planejamento do atentado à instituição de ensino ocorrida na semana passada. Pela manhã, o terceiro suspeito prestou depoimento e foi encaminhado à Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo (Casa).
 
O primeiro a falar foi o promotor de Justiça de Suzano, Rafael Ribeiro do Val. Ele elogiou o andamento das investigações, mas também fez críticas à veículos de comunicação do país, em virtude de notícias relacionadas ao motivo da internação do terceiro suspeito no planejamento do crime não ter saído na última quinta-feira, quando ele prestou depoimento à promotores da Vara de Infância e Juventude da cidade. 
 
“Matérias veiculadas diziam que o MP não teria concordado, mas não foi isto. O que ocorreu foi justamente a necessidade de mais provas aprofundadas. Hoje (terça-feira), elas chegaram e foi dada a ordem”, diz Rafael, que complementou dizendo que o terceiro jovem ficará internado por 45 dias. “Tem que seguir o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente)”. 
 
O promotor ainda reforçou que internautas, em redes sociais, que exaltaram o massacre, serão penalizados conforme as leis vigentes no país. 
 
A respeito da Deep Web, a internet mais profunda e que agrega fóruns extremistas, a polícia não negou que há uma investigação aberta. O MP também acompanha este trabalho. 
 
O delegado titular do distrito central de Suzano, Alexandre Dias, explicou sobre as provas de crimes cibernéticos obtidas contra o terceiro suspeito no planejamento. Contudo, ele não quis detalhar quais foram esses elementos recolhidos na casa do adolescente, principalmente aqueles que resultaram na formalização da apreensão. 
 
Dias, porém, foi contundente ao afirmar que o terceiro suspeito foi um dos mentores intelectuais do massacre. E que ele é uma pessoa fria. “Posso dizer que sim, o Guilherme Taucci e este adolescente foram os mentores. Foi quem planejou o crime”. “Ele é uma pessoa fria. Mas, o perfil psicológico não foi finalizado”, complementou o delegado do distrito central. 
 
Laudo necroscópico comprovou que Guilherme Taucci matou Luiz Henrique e, depois, tirou a própria vida, antes da aproximação de policiais da Força Tática. 
 
“Não posso dizer prazo, mas afirmo que queremos o mais breve possível obter essas informações (da investigação)”, finalizou Alexandre.