Suzano

Autoescolas reprovam aumento no número de pontos na carteira

Projeto de lei foi entregue ao Congresso Nacional, pelo presidente Jair Bolsonaro

9 JUN 2019 • POR Fernando Barreto - de Suzano • 14h14
Autoescolas reprovam aumento no número de pontos na carteira - Sabrina Silva/DS
As autoescolas de Suzano se mostraram contra o projeto de lei (PL) que aumenta o número máximo de pontos que um condutor pode levar na carteira de habilitação. Atualmente o número é de 20 pontos, mas caso o projeto seja aprovado, passará a para 40 pontos. O PL foi entregue ao Congresso Nacional, pelo presidente Jair Bolsonaro.
 
Ítalo Camarotto Saíd Filho, dono da autoescola Técnica, disse ser contra o projeto. Ele afirma que muito já acontece apenas com 20 pontos, e caso suba esse número, os índices também serão elevados. "Olha, eu sou contra, por que hoje já vemos muitos casos de acidentes, e o número máximo é de 20 pontos. Imagina se subir para 40?!".
 
Instrutor há 19 anos, Rodrigo dos Santos, que hoje da aula na autoescola Glicério, também demonstrou ser contra o aumento, pois o que ajudará na prevenção de acidentes são leis que punam os infratores. "O aumento é bom para quem utiliza para trabalhar. Agora, para os civis, não será bom. Acredito que o número de infrações aumentará, porque o limite que pode infringir a lei será maior".
 
Para o consultor em mobilidade urbana e ex-secretário de segurança pública de Poá, Nabuo Aoki Xiol, a tendência de quando suaviza as leis é um aumento nos números de casos. Visto os últimos resultados sobre mudanças na legislação de trânsito, ele espera que os acidentes não aumentem. 
 
"Quando leis são suavizadas, a tendência é que os números aumentem. Eu espero que não aumente. Hoje no Brasil, cerca de 45 mil pessoas morrem no trânsito por ano".
 
A solução apresentada pelo Xiol é, em princípio, educar as crianças sobre o que é um trânsito seguro. "Como forma de prevenção de acidentes, devemos educar as crianças. Devemos ensiná-las sobre o porquê de não correr, de respeitar as sinalizações. Devemos apresentar os motivos e explicar as conseqüências de não seguir. 
 
"E claro, precisamos de uma boa legislação, se o intuito é evitar mortes. Todos nós corremos risco", reitera o especialista e ex-secretário.