Região

Protesto contra dono da Havan vira caso de polícia em Itaquá

Representante da unidade afirma que houve constrangimento aos funcionários

5 JUL 2019 • POR Marcus Pontes - de Itaquá • 14h19
Representantes da Havan registraram boletim contra sem-tetos - Divulgação
O ato realizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) contra o empresário Luciano Hang, um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, na quinta-feira, 4, na Havan do Itaquá Garden Shopping, ganhou um novo capítulo. A Polícia Civil instaurou um inquérito policial para analisar o fato e, momentaneamente, o trata como perturbação do trabalho ou do sossego alheio e dano.
 
Cerca de 50 manifestantes organizaram o ato, principalmente em protesto à reforma da Previdência e o fato de uma dívida na qual o empresário tinha com a Receita Federal e o INSS. Em 2004, o Ministério Público Federal (MPF) calculou em R$ 168 milhões. 
 
 Horas após o ato, uma responsável pela loja foi até o distrito policial central formalizar uma queixa. Lá, ela   apresentou alguns pontos, como o fato de  manifestantes terem gravado com câmeras e celulares funcionários sem autorização, bem como os intimidando e causando constrangimento. O registro diz ainda que, em razão da quantidade de manifestantes e a forma na qual comportavam-se, os funcionários se sentiram ameaçados. E que dos envolvidos na manifestação agiram com agressividade, além de danificar produtos da loja. 
 
Seguranças do shopping foram até à unidade, mas os sem-teto tinham ido embora. A Polícia Militar também foi acionada.
 
O boletim registrado também afirma que os envolvidos no ato entraram em um ônibus branco, que permaneceu estacionado próximo ao centro de compras. 
 
À Folha de São Paulo, o coordenador do MTST, Josué Rocha, disse que o ato mirou o empresário, pois, "Luciano Hang é um dos maiores defensores da proposta da Previdência, apesar de ser um dos grandes devedores". 
 
Outro a comentar o assunto foi Guilherme Boulos, candidato à presidência em 2018 pelo PSOL. "O MTST realizou agora ato em loja da Havan em SP. Sem-tetos entraram na loja e encheram carrinhos e apresentaram cheque simbólico de R$ 168 milhões, dívida do dono da empresa com a Receita e o INSS. É preciso expor a hipocrisia de caloteiros que defendem a Reforma da Previdência", enfatizou Boulos nas redes sociais.