Ferraz de Vasconcelos

Aulas de Libras são ministradas para funcionários de hospital

Projeto tem como objetivo facilitar a comunicação da unidade de saúde com pacientes que possuem surdez

12 SET 2019 • POR Daniel Marques - de Ferraz • 21h18
Aulas de Libras são ministradas para funcionários de hospital - Sabrina Silva/DS
Com o objetivo de facilitar a comunicação com pacientes que possuem surdez, funcionários de diferentes setores do Hospital Osíris Florindo Coelho, o Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, recebem aulas de Libras.
 
O curso é aplicado pela psicopedagoga e professora Leila Souza Cavalcanti. Ela faz parte do quadro técnico do Instituto Total de Educação e Qualificação (Iteq) e oferece aulas na Faculdade de Educação Paulistana (Faep). 
 
O projeto conta, atualmente, com 28 mulheres de áreas como administrativa, enfermagem, recursos humanos, farmácia, entre outros. Na manhã desta quinta-feira (12), elas concluíram o módulo intermediário, e agora vão iniciar o nível avançado.
 
Cássia Ribeiro de Almeida é pedagoga e responsável pelo aprimoramento e desenvolvimento pessoal dos funcionários do hospital. Ela conta que unidades de saúde de São Paulo já contataram o Regional de Ferraz para saber mais sobre o projeto.
 
A procura pelo curso dentro da unidade cresceu após a formação da atual turma. O plano é abrir novas inscrições e multiplicar o conhecimento dentro e fora do hospital. "A ideia é que as mulheres estão recebendo aulas, agora também possam repassar esse conhecimento e ensinar outras pessoas", conta Cássia.
 
Cada módulo do curso, que tem duração de mais de um ano, dura 120 horas, e é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), com direito a certificado. Os alunos foram divididos em três turmas, que recebem uma aula por semana, com duração de duas horas. 
 
A professora responsável pelo curso, Leila Souza Cavalcanti, conta que as aulas são ministradas com base no livro "O Vôo da Gaivota". "Cada uma das participantes ficou com um capítulo do livro, e elas tinham que representar, por meio de Libras, uma etapa da vida de Emmanuelle Laborit, que na época foi a primeira pessoa surda a lançar um livro, e muitos duvidavam que ela alcançaria os objetivos", conta.
 
Assistente social há 10 anos no Hospital Regional, Dayse Prado de Camargo classificou o curso como "maravilhoso". Ela disse que assistia as pessoas conversando em Libras no transporte público, mas sem entender. 
 
A mulher relembra um atendimento que fez após o início do curso. "Foi para uma gestante, e minha felicidade foi enorme. Consegui ver outra situação ao me comunicar. Levei outras alunas e fomos prestigiadas com esse atendimento em conjunto. Estou amando o curso", conta.
 
Simone Aparecida Araújo não quer parar por aí. A encarregada de Recursos Humanos do hospital já começou a pós-graduação em Libras e quer dividir conhecimentos com outras pessoas. "É o que eu vou fazer até o final. Quero ser multiplicadora do que aprendi, para que a 'linguagem do amor', como costumo chamar, funcione com mais gente, porque sabemos que a carência é grande", completou Simone.