Cultura

Casarão do Chá recebe a partir deste domingo exposição ‘Akinori Nakatani’

Serão 50 peças marcando as diferentes fases do artista

18 SET 2019 • POR de Mogi • 17h00
Trabalho de Akinori Nakatani destaca-se pelo uso de processos de produção tradicionais japonesas com a influência da estética mesoamericana. Refletem o espírito de adaptação e renovação estética do ceramista - Erike William Fusiki/Divulgação
Em comemoração do 5° ano de reabertura do Casarão do Chá, A Associação Casarão do Chá, em Mogi das Cruzes, está organizando a exposição retrospectiva do ceramista Akinori Nakatani. Serão 50 peças marcando as diferentes fases do artista. O evento, que será das 9 às 17 horas, começa neste domingo (22) e segue até dia 24 de novembro. 
 
Akinori Nakatani nasceu em 1943, na cidade de Osaka, Japão. Formado em Educação Artística na Faculdade Pedagógica de Kyoto em 1966. Em 1970, inscreveu-se no programa de intercâmbio JICA que possibilitou sua primeira viagem para a América Latina.
 
Seu destino inicial foi El Salvador na America Central, passando por diversos países latino-americanos, onde teve contato com cultura Maia e Inca, e vivência de índios mesoamericanos. 
 
Em 1974 chegou ao Brasil na expectativa de encontrar uma cidade que facilitasse a produção de seus objetos cerâmicos. Instalou-se em 1978 na Cidade de Mogi das Cruzes, na área rural do bairro Capixinga. Nesse espaço construiu toda a infraestrutura necessária: a casa, o ateliê e o forno no estilo japonês, "Noborigama" 
 
O trabalho de Akinori Nakatani destaca-se pelo uso de processos de produção tradicionais japonesas com a influência da estética mesoamericana. Refletem o espírito de adaptação e renovação estética do ceramista.
 
O artista produz uma cerâmica conectada com a natureza dos materiais que a compõem, assim como com cada etapa do processo cerâmico artesanal envolvido. Isso significa que efeitos representativos do processo cerâmico são valorizados no objeto final, pois agregam significado ao mesmo. 
 
Por isso, Nakatani trabalha no desenvolvimento de materiais como massa cerâmica e esmalte vidrado segundo a tradição nipônica, porém, produzido com matéria prima brasileira. Essas receitas são adaptadas e novas fórmulas são descobertas, com a finalidade de manter a relação da cerâmica com a natureza.
 
Dessa forma, o artista contribui para a ressignificação da tradição japonesa, pois preserva a qualidade e significação das peças ao assimilar um novo ambiente. 
 
Em 1996, Akinori Nakatani, ingressou em um projeto paralelo a sua produção artística, porém não menos relevante: a restauração do Casarão do Chá.
Em 1996, fundou a Associação Casarão do Chá. A iniciativa resultou num longo projeto para a restauração do Casarão do Chá.
Na época o Casarão do Chá era o único patrimônio histórico da imigração japonesa tombado pelo IPHAN e estava completamente abandonado. Após 17 anos e meio de luta, sua restauração foi concluída em 2014.