Região

Cresce em 11,17% número de processos trabalhistas na região

Aumento foi de 823 processos em comparação aos sete primeiros meses de 2018

21 SET 2019 • POR Fernando Barreto - da Região • 23h52
Processos aumentaram na Justiça do Trabalho - Munique Kazihara/Divulgação
Números de processos trabalhistas no Alto Tietê cresceram 11,17% nesses sete primeiros meses de 2019, comparado ao mesmo período de 2018. Os dados são do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª região.
No ano passado, no período de janeiro a julho, a região registrou um total de 7.366 processos trabalhistas. Em 2019, no mesmo período, a região contabilizou 8.189 processos, um aumento de 823 ações (11,17% de aumento).
 
O TRT enviou uma tabela com o número de processos separados entre as cidades da região. Segundo as informações apresentadas, Mogi das Cruzes é a cidade com maior número de processos registrados em 2019. Foram contabilizados 3.774 processos. Se comparado a 2018, Mogi teve um aumento de 495 processos, quando a cidade contou 3.279 ações trabalhistas.
 
Em seguida aparece Suzano, com 1.488 ações em 2019. Comparado ao ano de 2018, onde a cidade registrou 1.336 processos, o aumento foi de 152 processos trabalhistas. Poá aparece em terceiro no ranking, com 1.086 ações trabalhistas. Um aumento de 68 processos quando comparado a 2018, onde registrou 1.018 ações.
 
Arujá, apesar de não ser a última do ranking, foi a única que registrou queda no número de processos. Segundo os dados passados pelo TRT, nesse ano a cidade registrou 1.065 ações e no ano passado a cidade contou 1.080 processos. Ou seja, uma queda de 15 processos trabalhistas.
 
Ferraz de Vasconcelos aparece em último lugar, com 776 processos registrados. Um aumento de 123 ações, onde em 2018 a cidade contou 653 processos. 
 
O TRT informa que as informações passadas são referentes à apenas cinco cidades do Alto Tietê. Os demais municípios não apareceram no levantamento, pois não possuem um fórum trabalhista, e por isso fazem parte da jurisdição de outra cidade.
 
Advogada
 
A reportagem procurou a presidente da comissão de direito trabalhista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Suzano, Juliana de Oliveira Mantoan. Ela explicou à reportagem que apesar da reforma trabalhista sancionada pelo ex-presidente Michel Temer, a queda do número de processos trabalhistas vem aumentando no país nos últimos meses.
 
"No começo teve uma queda sim no número, pois os próprios advogados pediram aos clientes que aguardassem para ver como os juízes iam se comportar com a reforma. Mas nos últimos meses esse tipo de processo tem aumentado consideravelmente", disse a advogada.
 
Ela lembra que a "luta" entre empregado e empregador não vai acabar, e muitos funcionários buscam seus direitos. "Eles perderam o medo, porque o descumprimento dos direitos dos funcionários continuam a acontecer".
 
Juliana explica que com a reforma trabalhista, a justiça trabalhista parou de dar isenção aos que abrem o processo. "O que você vê na esfera civil é que uma pessoa quando abre um processo contra alguém e perde, ela fica devendo 20% ao advogado da outra parte. Isso não existia na esfera trabalhista, mas agora tem, em menor porcentagem, mas existe".