Editorial

Mancha de óleo

21 OUT 2019 • POR • 23h59
Reportagem da Agência Brasil, publicada na edição de ontem, mostrou que a Petrobras informou que coletou 280 toneladas de resíduos oleosos (mistura de óleo e areia) desde o dia 12 de setembro, quando iniciou as atividades de apoio permanente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para limpeza das praias do Nordeste atingidas por óleo ainda de origem desconhecida.
As manchas de petróleo em praias do Nordeste já atingiram 200 localidades em 78 municípios de 9 estados desde o início de setembro – o balanço mais recente do governo é desta segunda (21). A substância é a mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a vida de animais marinhos e causado impactos nas cidades litorâneas. A origem do material poluente está sob investigação.
Em nota, a Petrobras reforça seu compromisso com a proteção do meio ambiente e reafirma que o óleo nas praias do Nordeste não tem origem nas operações da companhia. A Petrobras diz, na nota, que atua na limpeza das áreas atingidas pelos resíduos por "solicitação e coordenação do Ibama, órgão responsável pela estratégia de contenção do óleo”.
A empresa mobilizou duas embarcações de apoio para atuar nas regiões costeiras do Nordeste. Os barcos, que começaram a operar neste fim de semana em Pernambuco, são equipados com radar para localização de manchas de óleo e recursos para contenção e recolhimento do material que se encontra na superfície. A companhia também está usando drones para a inspeção das praias.
A Petrobras permanece com diversas equipes em campo, totalizando cerca de 500 pessoas trabalhando simultaneamente. Mais 30 profissionais de diversas áreas da companhia atuam diariamente na central de planejamento e logística no Rio de Janeiro. 
A estatal também mobilizou um helicóptero para sobrevoos diários, carros e caminhões para apoio às equipes de campo, além de recursos de 19 estruturas de resposta à emergência, considerando os centros de defesa ambiental, os centros de resposta a emergência das unidades operacionais e os terminais da Transpetro (Petrobras Transpetro S.A.).
É importante que providências sejam tomadas para tentar evitar mais problemas ao meio ambiente.
Desde o final de agosto, manchas de óleo têm dado às praias do Nordeste. As notificações se somaram por mais de um mês e já cobriam uma extensão de quase 2 mil km de costa quando os meios de comunicação começaram a dar verdadeira atenção ao tema, deixando de tratá-lo como notificações locais, após manifestação do presidente da república insinuando a culpa de um país que já estava em seu radar, enquanto decretava sigilo sobre relatório da Petrobrás que mapeava a origem do vazamento monstro. Atente, é o sigilo sobre esse relatório que mantém oculto e resguarda o responsável pela catástrofe descomunal.
É preciso ações efetivas para evitar mais danos.