Região

Ministério Público e Polícia Militar apreendem documentos em gabinete e residência de vereador mogiano

Ação também foi na casa e empresa de empresário de procuradores; investigação apura possível lavagem de dinheiro, incompatibilidade de patrimônio e compra de veículos

13 NOV 2019 • POR Fernando Barreto - de Mogi • 12h23
MP e PM cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete de vereador e casa de empresário - Fernando Barreto/Divulgação
O Ministério Público e a Polícia Militar cumpriram nesta quarta-feira, 13, mandados de busca e apreensão no gabinete e endereços ligados ao vereador Mauro Araújo (MDB) e o empresário Joel Leonel Zeferino. Na oportunidade, documentos e computadores foram apreendidos.
 
O DS conseguiu contato com o vereador, mas o político informou que irá se pronunciar apenas após conversar com os seus advogados. A expectativa é de que o emedebista realize uma coletiva.
 
Segundo o procurador Kleber Henrique Basso, os mandados são para analisar suposta lavagem de dinheiro e corrupção do vereador mogiano. A investigação verificou incompatibilidade de patrimônico, com o que é ganho pelo cargo no Legislativo. Tais fatos se dão em um esquema envolvendo um leilão de veículos. 
 
Ao todo, cinco locais foram alvo das buscas, mas apenas em quatro foi encontrado supostas provas. O MP verificou o gabinete e a residência do emedebista. Também foram cumpridos mandados em dois imóveis do empresário.
 
Segundo Basso, a denúncia na qual culminou nas buscas envolvem nove veículos, mas nenhum foi apreendido. Os indícios apontam que, desde o começo do ano, o esquema de eventual lavagem de dinheiro vem ocorrendo.
 
"Caso seja confirmado irregularidades, oferecemos denúncia perante ao Poder Judiciário e, também, uma ação civil pública ao juiz da Fazenda Pública de Mogi", explicou o procurador. 
 
Basso disse que as investigações estão bem adiantadas. O promotor explicou que o empresário comprava os veículos com dinheiro próprio e parte era destinada à Araújo.
 
"A suspeita surgiu do esquema de compra de veículos, pois o MP estranhou o empresário estar ajudando o vereador na compra de carros", explicou.
 
As investigações apontam que Araújo usava de tráfico de influência, devido ao cargo público que ocupa, para conseguir favores ao empresário.
 
"Araújo exercia o poder do cargo, ia até a Prefeitura, conversava com diversas pessoas e também foi presidente da Câmara, ou seja, se valia do cargo para obter influência e ajudar o empresário", explicou o promotor.
 
A relação do vereador e do empresário envolve, também, intermediações na realização de obras e negócios.
 
O vereador não recebeu ordem para prisão preventiva, mas será ouvido nos próximos dias, assim como o empresário.