Cidades

Alta da carne afeta clientes e açougueiros suzanenses

Clientes estão optando por comprar menos carne vermelha e recorrendo ao frango, carne de porco e ovos, por exemplo

10 DEZ 2019 • POR Daniel Marques - de Suzano • 10h00
Alta da carne afeta clientes e açougueiros suzanenses - Regiane Bento/Divulgação
O reajuste no preço da carne bovina, ocorrido nas últimas semanas, tem refletido na vida dos moradores e nas vendas em açougues de Suzano. 
 
Segundo relatos de açougueiros, os clientes estão optando por comprar menos carne vermelha e recorrendo ao frango, carne de porco e ovos, por exemplo. Assim, a tendência é que a demanda por essas opções aumente e, consequentemente, os valores também subam.
 
Para Celisa Barros, gerente de um açougue na região central, houve uma diminuição no fluxo de clientes por conta do susto, mas as pessoas já estão acostumando. Ela diz que espera que os outros tipos de carnes aumentem nos próximos dias. 
 
"O aumento foi em todos os açougues, não só em um. No começo foi só a carne vermelha, mas o preço dos outros vai subindo, na medida em que o consumo aumenta, já que a demanda também aumenta", conta.
 
O DS visitou açougues e constatou que carnes que, há alguns dias, custavam R$ 20 o quilo, hoje variam entre R$ 28 e R$ 32. O quilo de uma das carnes mais populares, o miolo de acém, custa atualmente entre R$ 24 e R$ 26 nos estabelecimentos consultados. 
 
Para piorar a situação, o açougueiro Henrique Souza diz que, com a alta, as carnes de boa qualidade estão indo para outros países. "Estamos recebendo carnes de má qualidade, e o preço não está compensando. Todo mundo dá bom dia já correndo do açougue", conta. No açougue onde Edenilson Galvanini é encarregado, o movimento não mudou muito.
 
A média do estabelecimento gira em torno de 400 a 500 clientes por dia. No entanto, a queda nas vendas é notável. "As pessoas estão comprando menos carne. O movimento não caiu, o que caiu foi o valor da compra. Quem comprava R$ 100 de carne, agora compra R$ 50", relata. O aposentado José Gomes Jardim, 83, ficou inconformado ao entrar no açougue e avaliar, por alguns segundos, o preço da carne vermelha. "Isso aqui (quilo da costela magra) estava R$ 14 há alguns dias e foi pra R$ 21,98. É um aumento absurdo. Se você ganha R$ 5 mil, pode comer carne, mas todo o dia não. Foi um aumento muito exagerado, enquanto o aumento do salário é péssimo dos péssimos", reclamou. "O preço está bem alto”, diz a técnica em enfermagem Andressa Ramos, 32.