Editorial

Inadimplência

13 JAN 2020 • POR • 23h59
O DS traz, na edição de hoje, reportagem, assinada por Carolina Rocha, mostrando o aumento no número de inadimplentes no comércio de Suzano.
São mais de 9,8 mil consumidores na lista. A Associação Comercial e Empresarial (ACE) de suzano comentou a situação e justificou o aumento nos números.
Em todo o País, a inadimplência é sempre prejudicial para a economia.
A falta de pagamento no comércio gera déficits e emperra a circulação do dinheiro.
Em todo o País, só a título de exemplo, os números mostram que o percentual de famílias com dívidas aumentou 0,5 ponto em dezembro ante novembro de 2019, para 65,6%, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em relação a novembro de 2018, quando o percentual de famílias com dívidas era 59,8%, a alta foi de 5,8 pontos.
Foi o maior patamar da série histórica da Peic, iniciada em janeiro de 2010. 
Embora possa sinalizar para um excesso de endividamento, a leitura da Peic de dezembro não pode ser considerada negativa porque os níveis de inadimplência se mantiveram comportados, disse a CNC, em nota.
Na passagem de novembro para dezembro de 2019, houve queda tanto no porcentual de famílias com contas ou dívidas em atraso (de 24,7% para 24,5%) quanto na proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes (de 10,2% para 10,0%).
Ainda assim, ambos os indicadores apresentaram alta em relação a dezembro de 2018. 
O percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso estava em 22,8% em dezembro de 2018, enquanto a proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso era de 9,2%.
O nível do comprometimento da renda com dívidas também reduz o risco de endividamento excessivo. 
Em dezembro, as famílias comprometeram 29,7% da renda, na média, com dívidas, ante 29,9% em novembro. Foi o menor nível desde junho de 2019 – em dezembro de 2018, o nível do comprometimento médio da renda estava em 29,3%.
Por todos esses números é importante que o desenvolvimento de campanhas para quitar as dívidas pode ser importante para garantir uma maior demanda de investimentos por parte do comércio.
A dívida pode estar refletida também na atual situação do País. A indústria ainda vive em compasso de espera, apesar de os indicadores sinalizarem uma melhora na economia para este ano de 2020.
O comércio, que também é um grande empregador, precisa recuperar sua capacidade de investimentos e o consumidor ter a oportunidade de fazer suas compras sabendo que poderá honrar seus compromissos.