Cidades

Pais de alunos de creche reclamam de sala com infiltrações e mofo; Prefeitura promete solução

Segundo pais, filhos estão recebendo aula em meio período, quando deveriam ficar durante todo o dia na creche

19 FEV 2020 • POR Daniel Marques - de Suzano • 10h17
Escola sofre com infiltrações e mofo. Prefeitura prometeu solucionar o problema - Regiane Bento/Divulgação
Pais de alunos matriculados na Creche Municipal Elisabeth Ubeda Rodrigues, no Parque Maria Helena, reclamam das condições de uma sala de aula do local, que sofre com infiltrações e mofo. Em nota, a Secretaria de Educação de Suzano prometeu solução.
 
Os problemas relatados pelos pais vão além das condições da sala. Segundo eles, os filhos estão recebendo aula em meio período, quando deveriam ficar durante todo o dia na creche. Isso acontece em uma espécie de "revezamento" por conta da interdição da sala.
 
Além disso, segundo os relatos, os próprios pais têm que lavar as roupas de cama usadas pelas crianças na creche. Isso acontece porque não há máquinas suficientes para realizar o serviço. Sobre isso, a Prefeitura disse que vai "apurar a situação e tomar as providências necessárias".
 
"Tem 20 crianças no período da manhã e outras 20 no da tarde. Falaram que galhos de árvore estão fechando a calha e a água está ficando empoçada, entrando nas paredes da sala. Estamos sendo prejudicados com isso", conta o comerciante e pai, Wagner Bianchi, 38.
 
A cuidadora Drielly Cristine, 22, reclama do fato de os pais terem sido convidados a ficar, por uma hora, com os alunos na creche. Ela diz que isso aconteceu porque o número de funcionários não está dando conta da quantidade de alunos. 
 
"Agora, estão querendo que fiquemos esse tempo com os filhos. Se a gente os coloca na creche, é porque trabalhamos. Não temos tempo. Querem nos colocar ali porque faltam funcionários", justifica.
 
A Prefeitura contraria o relato dos pais, afirmando que se trata de um "período de adaptação" e que isso ocorre em todas as creches no início do ano letivo. A pasta destaca, ainda, que os pais sempre são orientados sobre o funcionamento desta progressão.
 
"(Este) é o chamado 'período de adaptação', quando a criança vai aumentando progressivamente o tempo de permanência na unidade nas primeiras semanas. Em alguns casos, os pais podem ser convidados a permanecer um período com os filhos. A cada etapa, as crianças ficam mais tempo na unidade, até que o aluno esteja adaptado ao novo ambiente e à nova rotina", diz a nota.
 
No local, o DS constatou que, nem mesmo o nome da creche fica visível. Foi possível procurar, com cuidado, para enxergá-lo, já que estava escondido atrás de algumas árvores.
 
A promotora Amanda Beatriz dos Santos Oliveira, 25, diz que na creche não tem televisão e que, toda a sexta-feira, os pais precisam levar os edredons dos alunos para casa para higienizá-los. "Temos que levar, porque não tem máquina de lavar. Já fizeram orçamento, mas ninguém vem arrumar. Está precária essa situação", lamenta.
 
Os pais ainda disseram que professores e auxiliares não cumprem horários, que chegam atrasados no local e que não há aparelhos televisores para as crianças. A Prefeitura não respondeu, especificamente, estes dois problemas apontados.
 
A pasta de Educação afirmou, ainda, que realizou reunião com os pais na última semana para coletar e analisar demandas e que algumas delas "não são possíveis de serem implantadas imediatamente". Segundo a Prefeitura, os alunos "não terão qualquer prejuízo pedagógico".