Cidades

Covid-19: cooperativa de coleta seletiva suspende atividades em Suzano

Segundo Movimento Nacional dos Catadores, no Alto Tietê são estimados mais de 600 catadores

31 MAR 2020 • POR Felipe Silva - de Suzano • 15h08
Ecopontos também permanecem com os serviços suspensos por enquanto, para preservar a saúde dos colaboradores - Divulgação
A cooperativa de coleta seletiva que atua no município (Univence) está com as atividades suspensas. Os Ecopontos também permanecem com os serviços suspensos por enquanto, para preservar a saúde dos colaboradores. Segundo Movimento Nacional dos Catadores, no Alto Tietê são estimados mais de 600 catadores. 
 
A crise por conta do coronavírus também afetou a coleta e seleção do material reciclável. Catadores que ajudam a sustentar as suas famílias veem a sua renda desaparecer, por conta da paralisação. De imediato, foram fornecidas aos cooperados cestas básicas pelo Fundo Social de Solidariedade e também por organizações sociais. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente já estuda outras formas de auxílio, conforme novas medidas são adotadas pela Prefeitura. 
 
Alessandra de Paula, 42, é catadora. Ela conta que a situação é difícil, ainda por estar sem renda por conta da paralisação e por ser mãe de cinco filhos e pagar o aluguel de sua casa. 
 
“Está complicado sobreviver com essa pandemia, me encontro em desespero total, pois estou em casa sem trabalhar e sem renda nenhuma”, conta. 
 
Marcos Lima é catador e faz parte da Cooperativa de Reciclagem Unidos Pelo Meio Ambiente (Cruma) em Poá . Ele relata que a situação tem se agravado, e pede solução. “Somos ao todo 45 catadores de materiais recicláveis que sobrevivemos exclusivamente dos materiais provenientes da coleta seletiva”, completa Lima. 
 
Há ainda os catadores que não fazem parte das cooperativas de coleta, e realizam trabalhos autônomos. A recomendação é que os trabalhos sejam paralisados imediatamente, por conta do alto risco de contagio. Para aqueles que continuam trabalhando, as orientações são para que evitem entrar em contato com luvas, mascaras e materiais de limpeza, e sempre se higienizar para evitar o contagio. 
 
Roberto Rocha faz parte da coordenação do Movimento Nacional dos Catadores. De acordo com o Rocha, os mais de 600 catadores na região do Alto Tietê necessitam de ajuda e colaborações das prefeituras. “É importante os catadores terem consciência dos cuidados com a saúde, e o poder público tomar medidas para o auxílio desses trabalhadores, que dependem dessa renda da coleta”, relata.