Editorial

Abastecimento alimentar

23 ABR 2020 • POR • 23h59
Nesta crise provocada pelo coronavírus, a dificuldade de alimentação para os mais carentes aumenta.
As ações governamentais buscam formas de evitar que milhões de pessoas passem fome.
Ontem, União Europeia e 21 outros países da Organização Mundial do Comércio (OMC), dentre eles o Brasil, se comprometeram a assegurar o bom funcionamento das cadeias globais de abastecimento alimentar, afetadas pela pandemia da Covid-19.
Um dia após a Organização das Nações Unidas (ONU) ter advertido para o risco de fome no mundo "de proporções bíblicas" como consequência da pandemia, a UE e mais de duas dezenas de países se comprometeram, em declaração conjunta, a assegurar o bom funcionamento da agricultura mundial e das cadeias de abastecimento agro-alimentar, evitando medidas com potencial impacto negativo na segurança alimentar, na nutrição e na saúde dos outros países-membros da organização e das suas populações.
A declaração conjunta apela para que quaisquer medidas de emergência relacionadas a agricultura e produtos agro-alimentares sejam "orientadas, proporcionais, transparentes, temporárias e coerentes com as regras da OMC" e "não devem distorcer o comércio internacional destes produtos nem resultar em barreiras comerciais injustificadas".
Não é possível que em pleno século XXI milhares de pessoas ainda passem fome.
A situação atinge municípios carentes que dependem das ações de governo.
Ontem, as autoridades do mundo se comprometem-se igualmente a iniciar um diálogo para melhorar a preparação e a capacidade de resposta a pandemias, através da coordenação multilateral.
Além da UE e Brasil, os membros da OMC que assinaram a iniciativa são: Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Hong Kong-China, Japão, Coreia do Sul, Malauí, México, Nova Zelândia, Paraguai, Peru, Qatar, Singapura, Suíça, Ucrânia, Uruguai e os territórios de Taiwan, Penghu, Kinmen e Matsu.
A situação é crítica. Só para se ter uma ideia, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infectou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 593,5 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), fecharam o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Mas é importante que as ações sejam tomadas nos municípios, por prefeituras, nos estados pelos governadores e também do País pelo governo federal.