Editorial

Violência contra a mulher

18 MAI 2020 • POR • 23h59
O confinamento traz uma outra grande preocupação que é o aumento da violência contra a mulher.
O lar onde para muitos é um refúgio seguro, lugar de acolhimento, repouso e afeto tem-se transformado em local hostil, inseguro e perigoso para milhares de mulheres ao redor do mundo.
Uma realidade um tanto triste, de efeitos negativos, onde deveria existir uma relação de atenção e respeito, existe uma relação de violência. 
A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda aos países, como prevenção e combate a violência de gênero durante a pandemia, aumentar o investimento em serviços online e em organizações da sociedade civil; garantir que os sistemas judiciais continuem processando os agressores; estabelecer sistemas de alerta de emergência em farmácias e mercados. A declaração de abrigos para vítimas de violência de gênero como serviços essenciais; criar maneiras seguras para as mulheres procurarem apoio, sem alertar seus agressores; evitar libertar prisioneiros condenados por violência contra mulheres; ampliar campanhas de conscientização pública, principalmente as voltadas para homens e meninos também fazem parte das recomendações a serem adotadas.
Na semana passada, o DS trouxe à tona o assunto para ser abordado na região e ouviu a Delegacia da Mulher de Suzano.
A média de boletins registrados na Delegacia de Direito da Mulher (DDM) de Suzano se mantém em 80 por mês. A informação foi passada pela delegada Silmara Marcelino.
Em conversa com a reportagem, Silmara destaca que o número não é baixo, porém, não houve registros de aumento, o que, segundo ela, é diferente em outras cidades do Estado.
Segundo Silmara, a média mensal em Suzano “varia de 80, as vezes 90 ou um pouco mais, mas o número se manteve, mesmo na quarentena”. 
Mas a delegada enfatiza para a existência de casos subnotificados, e pede "para que nenhuma mulher se cale diante de agressões".
As mulheres podem fazer a denúncia por meio da internet, ou ligando no 180. 
A presidente da comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Suzano e presidente do conselho municipal de direitos da mulher, Maria Margarida Mesquita, pontua que tem realizado a conscientização por meio das redes sociais, e clama "para que as mulheres não calem, pois não estão sozinhas".
Só para se ter uma ideia, o número de casos de violência contra a mulher aumentou em São Paulo durante a quarentena adotada pelo governo para evitar a propagação do coronavírus. De acordo com o Núcleo de Gênero e o Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOCrim) do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em um mês, houve o aumento de 30% dos casos.
Há uma grande preocupação com a proteção destas mulheres. É preciso a realização de campanhas e orientação para que as mulheres denunciem os agressores.