Editorial

Diversidade industrial

26 MAI 2020 • POR • 23h59
A pandemia tem afetado o faturamento e produção das indústrias de todo o Estado.
O DS trouxe reportagem, na edição de ontem, mostrando que uma pesquisa recente do Centro das Indústrias no Estado de São Paulo (Ciesp) aponta que 92% das indústrias esperam redução nas vendas de abril a junho (próximo de 55% de retração), enquanto 5% trabalham com estabilidade e 3% esperam aumento, devido à demanda aquecida de bens essenciais.
No Alto Tietê, a diversidade da indústria de transformação permite maior equilíbrio nos momentos de crise. Na região, o Dia da Indústria, lembrado no dia 25 de maio, foi marcada pelo esforço das empresas em se reinventar em meio à uma crise de saúde, com impactos desastrosos na economia. No Alto Tietê, a diversificação é um dos principais destaques do setor e a direção regional do Ciesp - aposta nisso para a sobrevivência das fábricas, somada com ações de planejamento e políticas públicas que viabilizem a retomada econômica.
A indústria tem papel de destaque no desenvolvimento econômico e social do Brasil. O setor aparece em primeiro lugar entre os mais importantes para o crescimento do país, em pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em todo o País, segundo dados do Portal da Indústria, ela representa 20,9% do PIB do Brasil, mas responde por 70,1% das exportações de bens e serviços, por 72,2% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento e por 33% dos tributos federais (exceto receitas previdenciárias). Para cada R$ 1,00 produzido na indústria, são gerados R$ 2,40 na economia como um todo. 
Nos demais setores, o valor gerado é menor: R$ 1,66 na agricultura e R$ 1,49 no comércio e serviços.
No Alto Tietê são aproximadamente 1.900 indústrias, que respondem por 2% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, ocupando o 12º lugar no ranking de geração de riquezas das 39 regiões industriais paulistas, assim como são responsáveis por cerca de 30% dos empregos formais.
A importância da indústria para a economia das cidades é gigantesca. Uma fábrica em atividade desdobra em várias outras empresas e prestadores de serviços, assim como a cada emprego direto gerado pelo menos outros dois indiretos são criados. Apesar disso, o setor já vinha enfrentando dificuldades por uma série de fatores que comprometem a competitividade do produto nacional e, agora, com a crise do novo coronavírus as coisas pioraram. É importante que a indústria possa conseguir se proteger e reduzir os prejuízos inevitáveis por conta da pandemia da Covid-19, mantendo assim os empregos.