Cidades

Queda no movimento em estacionamentos chega a 80% com pandemia

Pandemia tem causado prejuízos a diversos setores da economia local

3 JUN 2020 • POR Daniel Marques - de Suzano • 10h47
Comércio fechado na região central e a necessidade de se economizar durante uma crise não só sanitária, mas financeira - EBC/Divulgação
A redução no fluxo de carros nas ruas por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tem refletido no movimento em estacionamentos particulares de Suzano. Em alguns casos, a queda foi de 80% no número de veículos deixados nestes locais.
 
São vários fatores que têm influenciado na queda deste número. Entre eles, o comércio fechado na região central e a necessidade de se economizar durante uma crise não só sanitária, mas financeira.
 
Eder Alves é proprietário de duas unidades do estacionamento News Park. Uma delas foi fechada há dois meses e reaberta na última semana. Ela fica na Rua Baruel, próximo a Prefeitura da cidade, e teve uma queda - de 40 estacionamentos por dia, para menos de 10.
 
Já a unidade da Rua Felício de Camargo conta com 120 vagas e viu a média de carros estacionando cair de 100 a 110 veículos, para os 30 atuais.
 
"O de baixo (Felício de Camargo) tem um pouco mais de movimento, porque fica próximo ao Hospital Santa Maria. Já o outro (Baruel), optei por fechar depois do início da pandemia", conta.
 
Na última semana, houve ligeiro aumento (10%) no movimento de veículos no estacionamento da Rua Baruel. Mesmo assim, Alves não sabe se vai mantê-lo aberto. Como em outros setores, a pandemia também tem atrapalhado donos de estacionamento, principalmente para manter funcionários.
 
"Estou me virando. Deixei os funcionários em casa e paguei uma boa parte do salário deles. Estou conversando com os proprietários e empurrando os aluguéis. Juntando os dois locais, custam R$ 22 mil. Os proprietários também entendem e sabem que o momento é difícil", afirma.
 
Assim como ocorrido nos estacionamentos de Alves, na Maggi Veículos a queda também foi de 80%. Lucia Souza é funcionária do local e diz que o número de carros que são guardados no terreno, em alguns dias, não chega a 10. "Temos outras rendas particulares que se somam ao estacionamento, e a gente se vira dessa forma. Se for depender só do estacionamento, não dá. Tenho cerca de 40 vagas e está difícil", conta Lucia.
 
Melhora
 
Entre a última quinta-feira (28) e sábado (30), houve aumento no movimento do estacionamento onde Lucia trabalha. Mesmo assim, ela diz que a situação segue difícil.
 
"Antes da pandemia estava bom. Aí depois do início caiu bastante e no final da última semana, voltou a melhorar. Só que as pessoas não têm para onde ir".
 
"No começo, estava bem devagar e muitos estacionamentos estavam fechados. Só entrava quem era mensalista. Perdemos alguns neste período. Mas quando as pessoas começaram a sair mais para a rua, aumentou um pouco a quantidade de avulsos, mas ainda está bem devagar", conta uma funcionária que não quis se identificar. Ela trabalha em um estacionamento que fica na Rua Campos Salles, no Centro.