Cidades

Cidades adotam ações para amenizar perda de empregos na pandemia

Região fechou 212 postos de trabalho; novos investimentos e parcerias surgem como escape

5 AGO 2020 • POR Daniel Marques - de Suzano • 22h30
Ações buscam evitar perda de mais empregos na região - Arquivo/DS
Desenvolver a indústria, atrair investimentos, facilitar linhas de crédito e estimular o consumo local. Essas são algumas das alternativas que serão adotadas pelas cinco cidades mais populosas do Alto Tietê na retomada econômica após a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
 
Algumas ações já estão sendo feitas para minimizar os impactos da pandemia e cada cidade tem estudado alternativas próprias para "esquentar" a geração de empregos, já que muitas pessoas perderam postos neste período tenso que o País e o mundo vivem.
 
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que a região perdeu 212 vagas de emprego formais em junho deste ano. Só no primeiro semestre, o déficit é de quase 12 mil vagas.
 
Com o melhor cenário do mês passado, já que criou 384 novas vagas, Suzano tem fomentado diversos setores da economia. A cidade está apoiando empreendedores, estimulando o consumo local, realizando treinamentos, cursos e palestras, além de outras ações que visam melhorar o cenário.
 
Porém, o foco principal tem sido manter as empresas e empregos pelo máximo de tempo possível, além de trazer novos investimentos. "A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego tem trabalhado fortemente em manter esse ritmo de crescimento, mas é realista em entender que a cidade vai sofrer com as consequências da pandemia", estimou o secretário da pasta, André Loducca.
 
A grande preocupação em Mogi, além do comércio - que é o mais prejudicado com a pandemia - é, sem dúvidas, a indústria. A cidade tem buscado realizar uma espécie de "casamento" que visa beneficiar, além da indústria, o setor de serviços.
 
Para isso, a conta é simples: atrair mais indústrias de fora para dentro da cidade, o que demandaria mais serviços. Há diversos polos na cidade focados em atrair muitas empresas de logística, tecnologia, além de indústrias.
 
Segundo o diretor de Indústria da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social de Mogi, Cláudio Costa, a cidade perdeu apenas 8% em vagas neste setor. O número é positivo, já que é menor do que os impactos causados no Estado de São Paulo e no Brasil (cerca de 20% de déficit em ambos). 
 
"O nosso foco principal é preservar os empregos na indústria. É ela que remunera melhor a mão de obra. Pedimos para que, se precisarem contratar serviços, que contratem dentro da própria cidade. E não há dúvidas que as empresas virão para o Brasil. O País se tornou mais competitivo e temos que colocar nossa cidade aí", destacou o diretor.
 
Segundo dados de Costa, desde dezembro, Mogi ganhou quase quatro mil microempreendedores individuais e cerca de 400 novas indústrias. Agronegócio está bem na cidade, enquanto a construção civil apresenta evolução. O que tem quebrado a cabeça em Mogi é o comércio. 
 
"Obviamente, ele está sofrendo ainda. Estamos tentando ajudar com linhas de credito e controlando a questão sanitária do comércio. É uma pandemia, algo fora do contexto normal", acrescentou o diretor.