Cidades

Greve dos Correios deve terminar na segunda, prevê sindicato

Paralisação completou um mês ontem; julgamento na segunda deve selar acordo

17 SET 2020 • POR Daniel Marques - de Suzano • 22h20
Trabalhadores devem voltar na próxima segunda-feira - Regiane Bento/Divulgação
Um mês após o início da greve dos Correios no Alto Tietê, trabalhadores estimam que a paralisação deva durar até a próxima segunda-feira (21). Isso porque o julgamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre as propostas de dissídio apresentadas, tanto pelos trabalhadores quanto pelos Correios, ocorrerá nesta data.
 
A direção de base do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos (Sintect) na região acredita que, neste dia, o TST analisará as propostas e priorizará os trabalhadores, mas sem dispensar todos os pedidos dos Correios. Haverá uma espécie de “equilíbrio”, que deve beneficiar de forma ligeiramente superior os funcionários da estatal.
 
O acordo atual tem 79 cláusulas, mas os Correios querem retirar alguns benefícios dos trabalhadores e manter apenas os direitos previstos na lei trabalhista. A estatal alega altas despesas e valores que estão fora da realidade atual de mercado.
 
Os trabalhadores já admitem que vão perder alguns direitos. O diretor de base do Sintect no Alto Tietê, Milton de Jesus Miguel, diz que os trabalhadores devem voltar aos trabalhos na terça-feira (22), após uma assembleia que será realizada na segunda-feira (21), após o julgamento.
 
“Pela fala dos nossos diretores que participaram das reuniões, creio que a ministra relatora vai pender um pouco para o lado dos trabalhadores, mas alguma coisa ela vai tirar sim (do dissídio). Creio que ela vá tomar uma atitude que fique boa para ambas as partes”, disse o diretor de base.
 
Enquanto isso, cerca de 500 mil cartas simples seguem paradas na região. Segundo o diretor, a estimativa é de que a quantidade de encomendas e cartas registradas já tenha passado de 200 mil. 
 
O DS foi até o Centro de Distribuição dos Correios (CDD) de Suzano, que fica na Marginal do Rio Una, região da Vila Amorim. Lá, foi possível ver filas enormes e muita demora para retirar correspondências.
 
Isso acontece justamente por conta da greve. Segundo o diretor, cerca de 10 funcionários do local seguem trabalhando. Colaboradores de outras unidades da região foram deslocados para o local, para dar apoio aos trabalhadores que não aderiram à greve.
 
Paralisação
 
A greve completou um mês ontem. Os funcionários reclamam de cortes de benefícios, como tickets de alimentação e refeição, adicional de risco e ajuda de custo para profissionais que têm filhos com deficiência.
 
Além disso, houve redução no tempo de dissídio coletivo, que antes era válido por dois anos e agora caiu para um. Uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos Correios permitiu que a alteração fosse feita. Assim, o acordo, que antes iria até 2021, venceu no dia 31 de julho. 
 
Segundo o diretor de base, os Correios começaram a tirar cláusulas do acordo coletivo por conta própria, o que irritou os trabalhadores. Assim, eles resolveram entrar em greve para reivindicar uma negociação com a estatal.