Cidades

Campanhas eleitorais devem ser marcadas pelo uso de redes sociais

Quase todos os candidatos a prefeito de Suzano afirmaram que usarão a internet para apresentar propostas

20 SET 2020 • POR Daniel Marques - de Suzano • 10h00
Redes sociais devem ser utilizadas pelos candidatos cada vez mais, principalmente devido a pandemia do coronavírus - Regiane Bento/Divulgação
Com as limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e a redução de eventos e reuniões presenciais para fortalecer o isolamento social, os candidatos a prefeito de Suzano dizem que vão aproveitar lives e redes sociais nas campanhas eleitorais deste ano.
 
Quase todos realizarão reuniões presenciais, porque entendem que o contato com a população é importante para entender as necessidades em cada ponto da cidade. Todos os candidatos que adotarão este caminho, dizem que o farão respeitando as recomendações sanitárias.
 
Porém, a ideia é dar prioridade para as redes sociais na maioria dos casos. Lives devem se tornar mais frequentes a partir de agora, e a relação entre o candidato e o “eleitor internauta” vai, novamente, marcar as eleições municipais, assim como em 2018, quando Jair Bolsonaro (sem partido) usou e abusou das redes, terminando o pleito daquele ano eleito como presidente do Brasil.
 
Derli Dourado, candidato a prefeito pelo PT, diz que as redes sociais farão muita diferença nestas eleições. Ele é um dos que vai fazer campanha dividida entre internet e reuniões presenciais. 
 
“A ideia é fazer chegar, até a população, as propostas que discutimos no plano de governo, mais as propostas do PSOL com o Professor Luciano (vice dele). Muita coisa será feita pelas redes, mas também temos que dialogar com a população presencialmente, claro que com distanciamento, álcool em gel e máscara”, destacou Derli.
 
Contato com eleitor será ‘50% offline’ e ‘50% online’
 
O candidato Israel Lacerda (PSL) afirma que vai dividir a campanha: “50% offline” e “50% online”, ou seja, metade da campanha ocorrerá de forma presencial, enquanto a outra metade, via internet.
 
“Vamos tentar buscar uma interação online com essa divisão, para abranger a cidade inteira com temas e propostas. Mas vamos fazer também o offline (presencial), respeitando a quarentena e o isolamento, chegando mais próximo do eleitor”, disse Lacerda.
 
Jorginho Romanos (DEM) citou o tempo curto para campanha – entre 40 e 45 dias – e disse que fará visitas presenciais e campanha pelas redes. O candidato se preocupa com a forma como a campanha será feita pela internet. Ele afirma que não está fazendo lives por conta própria, pois acha que é cansativo para quem assiste, e que tem apenas aceitado convites para participar de transmissões de veículos de comunicação.
 
“Vamos trabalhar dentro daquilo que pode ser feito. Antes de a campanha ser iniciada para valer, vamos usando as redes sociais e realizando visitas que nosso grupo de candidatos a vereador tem organizado. Tenho participado de uma live a cada dez ou 15 dias em média, mas não faço direto por conta própria para não gerar mesmice e cansaço em quem assiste”, disse.
 
Em entrevista ao DS durante convenção do Avante, o vereador Lisandro Frederico disse que a pandemia veio para fazer as pessoas refletirem sobre formas de se fazer campanha. O candidato não afirmou se usará lives ou se fará uma campanha mais presencial, mas o vereador tem visitado moradores da cidade e, há algum tempo, realizado uma série de lives com a população, inclusive, em algumas ocasiões, acompanhado de convidados.
 
“Com tudo isso que tem acontecido no partido (risco de perder a candidatura), sabemos que minhas condições serão muito mais dificultadas. Acredito muito que a população mudou e as pessoas estão falando mais em política e entendendo seus políticos”, disse Lisandro.
 
O Professor Rodrigo Assis (PCdoB) disse que a campanha será “majoritariamente pela internet”, através de lives em redes sociais e da militância do grupo. O candidato reforçou que não pode realizar aglomerações, que a internet será o “carro-chefe” da campanha, mas fez uma ressalva: se as autoridades de saúde autorizarem “uma ou outra reunião presencial”, ele fará.
 
“Não podemos expor as pessoas ao risco. Mas (faremos) se os órgãos de saúde determinarem que há possibilidade de alguma reunião com máscara e álcool em gel. Vamos evitar ao máximo. Com toda a certeza, (a internet) é uma boa ferramenta. Hoje em dia, cada vez mais, as redes sociais dominam o cenário político, haja vista o atual presidente, que foi eleito basicamente usando redes sociais”, disse Assis.
 
Questionada, a assessoria de imprensa do PL informou que o candidato à reeleição, Rodrigo Ashiuchi, vem atuando de forma intensa no enfrentamento ao novo coronavírus, seguindo todas as recomendações dos órgãos de saúde durante a pandemia.
 
Destacou ainda que o compromisso de Ashiuchi, neste momento, é o de “proteger as famílias e minimizar os impactos da pandemia no município, com ações de saúde e no desenvolvimento econômico”.