Editorial

Registros de óbitos

2 FEV 2021 • POR • 05h00
O DS trouxe, na edição de domingo, reportagem mostrando que os Cartórios de Registros Civis das dez cidades do Alto Tietê apontaram crescimento de 19,45% no número de óbitos em 2020, em comparação com o registrado em 2019.
No ano passado, os cartórios da região registraram juntos o total de 10.743 óbitos, em 2019 eram 8.993. 
De acordo com a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), 2020 foi o ano mais mortal desde o início da série histórica de estatísticas da associação. 
O painel da Arpen, com os números, é uma relevante ferramenta para acompanhamento dos óbitos no País, importante estratégia de avaliação dos efeitos diretos e indiretos causados pela Covid-19. A doença não se trata, necessariamente, da causa direta do excesso de mortes contabilizado no Brasil; as mortes podem ter sido provocadas, por exemplo, pela sobrecarga nos serviços de saúde, pela interrupção de tratamento de doenças crônicas ou pela resistência de pacientes em buscar assistência à saúde, devido ao medo de se infectar pelo novo coronavírus. 
A ferramenta tem seus números atualizados semanalmente, respeitando sempre um período de quatro semanas para que os números sejam incluídos no sistema, em razão dos prazos que envolvem a atualização do Portal da Transparência e a análise das informações, que consistem na comparação dos dados atuais com projeções para o período considerado. 
A reportagem, publicada pelo DS no domingo, mostrou que, em Suzano, os cartórios haviam registrado 1.298 óbitos em 2019. O número saltou para 1.490 no ano passado. De acordo com a Associação, nunca houve uma variação anual tão grande de óbitos como a ocorrida de 2019 para 2020. O crescimento verificado é atribuído à pandemia da Covid-19, que vem “contribuindo” diariamente para o aumento do número de óbitos.
Em Mogi das Cruzes, - cidade mais populosa da região -, o aumento também foi significativo. De acordo com a Arpen, 3.788 óbitos haviam sido registrados no ano retrasado. Já em 2020, o número saltou para 4.573. Em Itaquaquecetuba, 1.484 registros foram feitos em 2019, sendo que 260 óbitos a mais foram registrados em 2020: ato todo, foram 1.744. 
Ferraz de Vasconcelos teve o aumento de 124 óbitos registrados em 2020. Foram 1.037 no último ano, contra 913 em 2019. Cidade vizinha, os cartórios civis de Poá registraram 446 óbitos em 2019, no ano passado o número teve crescimento e atingiu 589. 
É importante que as cidades, estados e União tenham esses dados para garantir uma estratégia de políticas públicas no sentido de garantir mais projetos eficazes contra doenças com mais mortalidade.