O rapper suzanense Gabriel Henrique, o GH, lançará seu novo single no próximo dia 19 de fevereiro em todas as plataformas digitais. Intitulada como “Black Face”, a música traz reflexões sobre os impactos do racismo estrutural na sociedade e, sobretudo, na vida do jovem negro. A produção contou com a participação do Dj Palazi, conhecido pelos trabalhos feitos com a cantora Gloria Groove.

 

Atuando há quatro anos no movimento do hip-hop em Suzano com a já conhecida Batalha do Escadão, o rapper GH conversou com o DS nesta semana para detalhar o processo de criação do seu próximo lançamento.

 

“O processo de criação foi mais um desses encontros da vida. Tive o apoio do DJ Palazi, que também é DJ da Gloria Groove. Ele me abraçou e deu todo o apoio. Nesses encontros também conheci o pessoal da (produtora) Solovisio, que apoiaram o trabalho e acreditaram em mim”, explica.

 

Segundo o artista, a música traz mensagens que vão permitir reflexões a quem for ouvir, para isso, a escolha do nome foi certeira. Black Face é o nome dado para a prática de personagens do teatro com estereótipos racistas, onde atores brancos utilizavam carvão e tinta para pintar seus rostos de preto com a intenção de representar personagens afro-americanos. Sempre de forma pejorativa e ridicularizando os negros que eram impedidos de entrar em shows e teatros.

 

“O single traz a reflexão de como o racismo estrutural funciona hoje em dia e como ele atrapalha o desenvolvimento do jovem negro. Também questiona o quanto a imagem do negro é vendível para a indústria. Essa reflexão também serve para hoje, quando vemos pessoas se promovendo da militância sem ter o lugar de fala”, ressalta.

 

Batalha do Escadão

 

Além de ter outros singles já lançados, o artista também é um dos organizadores da conhecida “Batalha do Escadão”, a batalha de rima que reúne pessoas de todas as idades, em especial voltado ao gênero musical hip-hop. Desde o início da pandemia as batalhas foram suspensas. Mas segundo GH, o grupo segue em união e prontos para o retorno das atividades. “Com todas as medidas restritivas e os perigos da pandemia fica muito inviável para a gente se reunir. O trabalho da Batalha do Escadão durante a pandemia foi sermos uma família. Entendemos as questões psicológicas de quem precisa dos encontros. Por isso, estamos atuando no apoio da conversa, da escuta e nos ajudando”.