Cidades

Sem cultos e missas, líderes religiosos apoiam igrejas abertas

Na semana passada, discussão em torno da abertura dos templos chegou ao Supremo Tribunal Federal

11 ABR 2021 • POR Matheus Cruz - de Suzano • 14h00
Igrejas evangélicas e católicas não podem realizar celebrações nesta pandemia - Regiane Bento/DS
Com cultos e celebrações religiosas sendo transmitidas de forma remota, os líderes religiosos de Suzano e região defendem que templos religiosos devam continuar recebendo fiéis que preferem fazer suas orações nas dependências das igrejas, desde que sejam seguidos todos os protocolos sanitários.
 
A discussão sobre o fechamento ou abertura de igrejas ganhou força após o último final de semana, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes, autorizou que cultos e celebrações possam ocorrer diante do pior momento da pandemia. 
 
Na Igreja Batista Nova Vida de Suzano, localizada no Parque Maria Helena, os fiéis estão acompanhando os cultos exclusivamente de forma remota. A decisão de suspender os cultos presenciais foi da própria igreja. Entretanto, segundo o pastor Francisco Dacilei, é importante que a igreja fique aberta para orações pontuais. 
 
"A igreja não está fechada, apenas não está tendo culto. Às vezes aparecem pessoas pedindo oração e atendemos. Mas as reuniões presenciais seguirão suspensas. Quando a gente ver que os hospitais estão voltando a normalidade e a população vacinada, podemos normalizar 100%", explicou.
 
Apesar de preferir o formato presencial dos cultos, o pastor também destacou os pontos positivos do formato remoto, como a maior abrangência de público. Além disso, uma equipe também atua no acompanhamento dos fiéis com idade avançada. 
 
"Fazemos lives diárias com cultos. É uma forma de levarmos a palavra por outros meios, e tem sido positivo porque conseguimos falar para mais pessoas. Também temos uma equipe que entra em contato para acompanhar os idosos e saber se está tudo bem", contou. 
 
Da mesma forma, a Igreja Cristã Mundial também optou pela suspensão dos cultos presenciais. Apesar disso, o bispo Julio Vertullo destacou a ressalva da liberdade de culto.
 
"Estamos fechados por opção. Temos nossa ressalva jurídica e constitucional da liberdade de culto. Mas, o que vemos é muita desinformação. Hoje estamos com os cultos online que nos permite falar com o país todo. Claro que a convivência faz falta, mas é uma fase de adaptação que precisamos passar", disse.
 
De acordo com o bispo dom Pedro Luiz Stringhini, da Diocese de Mogi das Cruzes, a recomendação é que as igrejas continuem abertas para orações individuais e seguindo os protocolos.
 
Atualmente, a Diocese local permite que cerimônias possam ocorrer de forma presencial, desde que seja respeitado o limite de 25% de ocupação dos espaços, e que os presentes estejam utilizando máscara, álcool em gel, além da obrigatoriedade de manterem o distanciamento social.
 
"É bom que as igrejas permaneçam abertas durante as celebrações litúrgicas, com número muito reduzido de pessoas, seguindo sempre as normas sanitárias estabelecidas para evitar aglomeração e propagação do vírus", disse.