Editorial

Inadimplência na pandemia

20 ABR 2021 • POR • 05h00
O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso caiu de 24,8% em janeiro para 24,5% em fevereiro, e chegou ao menor patamar desde o início da pandemia. 
Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). 
O percentual de inadimplentes está em queda desde agosto de 2020, mas ainda é maior que o de fevereiro do ano passado, que foi de 24,1%. 
A inadimplência é mais forte entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos. Nesse grupo, o percentual caiu de 27,9% em janeiro para 27,4% em fevereiro. Já entre as famílias com renda superior a 10 salários mínimos, houve alta da inadimplência, de 11,5% em janeiro para 11,7% em fevereiro.
O endividamento em fevereiro chegou a 66,7% das famílias, a maior proporção desde outubro do ano passado. São consideradas endividadas as famílias que têm dívidas de cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros. 
Em Suzano, o número de inadimplentes no comércio teve queda de 26% em comparação com o mês de março de 2020, quando 6.584 pessoas estavam na lista de devedores.
O DS trouxe reportagem na edição de domingo e mostrou os números divulgados pela Associação Comercial e Empresarial (ACE).
O número do mesmo período neste ano foi menor: 4.827 inadimplentes foram registrados no banco de dados. 
Por outro lado, de acordo com os dados disponibilizados pela ACE, o número de pessoas que deixaram a lista de inadimplência também passou por queda se comparado à março do último ano. 
Em 2020, 5.438 pessoas foram excluídas da lista de devedores, enquanto em março deste ano, foram apenas 2.932 exclusões do banco de dados. A queda é de 46%. 
Os impactos da pandemia na inadimplência ocorrem de forma direta por conta da redução do número de pessoas consumindo no comércio.
Só para se ter uma ideia, desde o início da pandemia, a ACE vem registrando quedas constantes no número de inadimplentes no município de Suzano. A explicação, de acordo com a entidade, é a série de restrições no comércio local motivadas pelo coronavírus. 
A queda também pode ser explicada pela diminuição da renda das pessoas, que com o agravamento da pandemia e, proporcionalmente, a baixa circulação financeira, precisam limitar gastos e comprar somente o necessário.
Mesmo com a situação financeira prejudicada, a ACE destaca que existem meios para os endividados deixarem a inadimplência. Para isso, a negociação é o melhor caminho. 
A ACE Suzano sempre orienta os devedores a negociar suas dividas diretamente com os credores evitando intermediários que fazem o chamado serviço de “Limpe seu Nome”. Portanto, é torcer para que a pandemia seja controlada no Brasil para que haja o retorno de uma economia aquecida.