Cidades

ONG atende cerca de 2 mil refugiados de diferentes nacionalidades no Alto Tietê

Entidade com sede em Mogi auxilia no processo de estabilidade dos refugiados no Brasil

20 JUN 2021 • POR Matheus Cruz - da região • 05h00
ONG Refúgio do Brasil atua no acolhimento de cerca de 2 mil refugiados - Divulgação
Criada em 2016 com o objetivo de acolher refugiados que viviam em situação de risco nos países em que moravam, seja por conflitos ou catástrofes naturais, a Organização Não Governamental (ONG) Refúgio do Brasil, atua no acolhimento de cerca de 2 mil refugiados que viram no Brasil a possibilidade de estruturarem suas vidas. 
 
Entre as pessoas que a ONG acolhe e hoje vivem no Alto Tietê, estão refugiados vindos de países que enfrentam crises políticas e financeiras, além de guerras armadas. 
 
São as mais diversas nacionalidades, como: nigerianos, angolanos, venezuelanos, cubanos, haitianos e outros.
É neste momento em que a entidade oferece apoio aos recém chegados que passam por necessidades de moradia, condições básicas de saúde e social, além da desejada estabilidade de vida. 
 
Com a chegada da pandemia, os esforços para atender essa parcela da população precisaram ser redobrados. 
Para isso, as parcerias com empresas da região são fundamentais para o processo. 
Em sua sede, localizada em Mogi das Cruzes, a ONG oferece curso de língua portuguesa para que os refugiados consigam se comunicar com assertividade, além de aulas de cultura brasileira. 
 
Para ter controle do processo de atuação, a ONG divide as etapas em três partes: socorrer, integrar e, por fim, consolidar os recém chegados com uma chance no mercado de trabalho.
 
Na primeira etapa, assim que o refugiado chega à entidade, ele passa pelo processo de triagem, onde os trabalhadores voluntários que atuam no local identificam primeiro a situação de saúde, documentação, moradia e alimentação.
 
No segundo processo, ocorre a integração. Neste nível, o refugiado é preparado pela equipe de voluntários para aprender o idioma e cultura, bem como desenvolver o entendimento sobre o contexto em que vive, - como leis e costumes naturais do Brasil -, assim ele pode ser integrado na sociedade local.
 
No último estágio, o refugiado deverá ser encaminhado a cursos profissionalizantes e ao mercado de trabalho. Neste momento, a entidade conta com as parcerias entre comércios, instituições de ensino e empresas da região, que proporcionam oportunidades para que na prática o refugiado reconstrua sua vida no Brasil.
Morando em Mogi há três anos, o venezuelano Darwin Jesús Pérez Olmedo, 30, é uma das pessoas atendidas pela ONG.
 
O refugiado veio ao Brasil na busca de uma nova vida, já que as questões políticas e econômicas do seu país de origem
chegou em níveis extremos nos últimos anos. 
"Eu conheci o diretor da ONG há três anos, quando ele me deu a oportunidade de ser ajudado. Tive aula de português e inglês, através de parcerias, a ONG também me proporcionou uma cerimônia de casamento e hoje consegui equipar minha casa", explica Darwin Jesús.
 
Hoje o venezuelano atua no escritório da entidade e reforça o time de voluntários que se dedicam nos processos de cadastro e orientações aos refugiados. 
 
Pandemia 
 
De acordo com Darwin Jesús, a chegada da pandemia fez com que os cuidados de acolhimento precisassem ser redobrados. Já com a imunização em andamento, a abrangência da vacinação contra a Covid-19 ocorre com normalidade entre os refugiados atendidos pela entidade. 
 
Na medida que as faixas etárias correspondem a algum integrante, o mesmo é direcionado imediatamente para a imunização. "Vários venezuelanos, cubanos e árabes já tiveram a primeira dose aplicada", conta.
Mais informações sobre como ajudar e conhecer a ONG Refúgio Brasil podem ser conferidas no site da entidade: www.refugiobrasil.org